O setor hoteleiro em Alagoas está enfrentando uma crise de escassez de mão de obra qualificada, conforme alertou Ricardo André, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no estado. A dificuldade de encontrar profissionais capacitados afeta funções básicas, como camareiras, recepcionistas e manutenção predial, e se estende a cargos de gerência.
Segundo Ricardo André, um dos principais entraves para preencher as vagas é o baixo nível de escolaridade da população disponível para o mercado de trabalho. Ele citou como exemplo uma vaga para garçom que inicialmente exigia ensino médio completo, mas precisou ter o requisito reduzido para ensino fundamental. Mesmo assim, a posição enfrentou dificuldades para ser preenchida.
“Estamos lidando com um problema estrutural. A falta de qualificação adequada afeta diretamente a capacidade do setor de atender à crescente demanda turística no estado, especialmente em alta temporada”, explicou o vice-presidente.
Outro fator apontado por Ricardo André é o desinteresse dos candidatos pelas oportunidades no setor, associado a uma baixa expectativa de crescimento profissional. O vice-presidente ressaltou que muitas pessoas não reconhecem o potencial de desenvolvimento na área.
“Há inúmeros exemplos de profissionais que começaram em funções básicas e, com dedicação, alcançaram posições de gerência. É um setor que oferece oportunidades de ascensão para aqueles que se qualificam e investem na carreira”, afirmou.
O turismo é um dos pilares da economia alagoana, com o setor hoteleiro desempenhando um papel fundamental na geração de empregos e movimentação financeira. A falta de mão de obra qualificada, no entanto, pode comprometer a capacidade de atender às expectativas de visitantes, prejudicando a reputação do estado como destino turístico.
A ABIH tem destacado a necessidade de investimentos em capacitação e programas de treinamento voltados para a hotelaria. Parcerias entre instituições educacionais, setor privado e o poder público são vistas como caminhos possíveis para reverter esse cenário.
Com o aumento do fluxo turístico esperado nos próximos anos, especialmente com a ampliação de voos diretos para Alagoas e a popularização do estado como destino nacional e internacional, a busca por soluções para esse problema se torna cada vez mais urgente.