A história de Andréia Karla, uma das ex-moradoras do bairro do Pinheiro, em Maceió, reflete o embate entre moradores e a Braskem na disputa por direitos e indenizações. A empresa notificou Andréia para retirar seus pertences e liberar o imóvel para demolição, mesmo sem acordo judicial sobre o valor da compensação financeira. Inconformada, ela registrou queixa-crime contra a mineradora, alegando pressões psicológicas e ameaças.
O imóvel de Andréia está localizado em uma área afetada pela instabilidade do solo devido à extração de sal-gema pela Braskem. Segundo a moradora, na última semana, a empresa intensificou os avisos sobre a demolição, alegando que o processo seria necessário por questões de segurança. Andréia, entretanto, questiona a ausência de um documento judicial autorizando a ação.
“Ameaças constantes”
“Recebi notificações exigindo a retirada de meus itens, mas não concordei com o valor da indenização, e o caso está na Justiça. Não há autorização legal para essa demolição”, afirmou Andréia, que também destacou ter sido informada por uma funcionária da empresa que a Defesa Civil teria expedido um documento autorizando a demolição. “Fui à delegacia para registrar a queixa porque não aceito esse tipo de pressão”, completou.
Braskem responde
A Braskem, por sua vez, defendeu que a demolição de imóveis na área é uma medida emergencial definida pela Defesa Civil, com base nos danos estruturais causados pela instabilidade geológica. A mineradora afirmou que o imóvel já foi periciado e que a retirada dos pertences de Andréia pode ser facilitada com o serviço de guarda-volumes disponibilizado pela empresa.
O caso de Andréia ilustra os desafios enfrentados pelos moradores do bairro do Pinheiro, onde centenas de famílias foram removidas devido ao risco de colapso das edificações. O conflito entre segurança pública e direitos individuais segue como um ponto sensível nesse processo.