Um quarto foragido da Justiça brasileira, condenado por envolvimento nos atos de invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, foi preso na Argentina. Joel Borges Correa foi detido na última terça-feira (19) em El Volcán, uma cidade da província de San Luis, durante uma blitz de trânsito. Identificado pelos policiais, ele estava em fuga rumo à Cordilheira dos Andes, no Chile.
Correa foi condenado no Brasil a 13 anos e seis meses de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada. Sua prisão faz parte de uma operação internacional que envolve um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) à Justiça argentina para a captura de 61 foragidos dos atos de janeiro de 2023.
Antes de Correa, outros três condenados haviam sido detidos em território argentino. Na segunda-feira (18), Wellington Luiz Firmino, condenado a 17 anos, foi preso na província de Jujuy, também tentando atravessar a fronteira com o Chile. Joelton Gusmão de Oliveira, com pena de 17 anos, e Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, condenado a 14 anos, também já haviam sido localizados pelas autoridades.
Desde a eleição de Javier Milei para a presidência da Argentina em 2023, o número de brasileiros solicitando refúgio no país aumentou significativamente, atingindo 185 solicitações até outubro de 2024. Apesar de Milei ser aliado político de Jair Bolsonaro, as forças policiais argentinas têm seguido as decisões judiciais para cumprir os mandados emitidos pelo Brasil.
A cooperação entre os dois países se baseia no Acordo de Extradição entre os Estados Partes do Mercosul, em vigor desde 2006. O tratado estabelece a obrigatoriedade de entrega de pessoas procuradas para responder a processos ou cumprir penas em outro Estado Parte. Dessa forma, Correa e os demais detidos estão agora à disposição da Justiça para os trâmites de extradição e cumprimento de suas penas no Brasil.
A captura dos foragidos reforça a atuação coordenada entre Brasil e Argentina para garantir o cumprimento das leis e combater tentativas de subverter o Estado Democrático de Direito.