Uma investigação independente do jornalista Wadson Correia revelou um possível esquema de fraude no Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Maceió. O caso envolve o desvio de recursos destinados a candidaturas femininas e irregularidades no cumprimento da cota de gênero, obrigatória por lei. Empresas de fachada e candidaturas supostamente fictícias estão entre os principais pontos apontados na denúncia.
De acordo com a apuração, quase R$ 60 mil em verbas partidárias foram enviados para empresas que não existem nos endereços registrados. O objetivo seria simular gastos de campanha para justificar repasses destinados a candidaturas femininas.
Candidaturas sob análise
A denúncia também chama atenção para os resultados eleitorais de algumas candidatas do PDT. Apesar de terem recebido valores expressivos, algumas de até R$ 20 mil, elas registraram votações insignificantes, levantando suspeitas de que tenham sido usadas apenas para cumprir formalidades legais, como a exigência de 30% de candidaturas femininas por partido.
Se comprovadas as irregularidades, a Justiça Eleitoral pode determinar a cassação de toda a chapa do PDT em Maceió, incluindo os mandatos dos candidatos eleitos. Entre eles, Aldo Loureiro, que obteve 7.132 votos nas eleições de 2024, pode perder seu cargo caso as acusações sejam confirmadas.
Presidente do partido é citado
Ronaldo Lessa, vice-governador de Alagoas e presidente estadual do PDT, também foi mencionado na denúncia por seu papel como líder do partido no estado. Até o momento, Lessa não se pronunciou sobre as suspeitas.
O caso, se confirmado, pode ter implicações graves não apenas para o PDT, mas também para a dinâmica política de Maceió. Além disso, expõe a persistência de problemas relacionados ao uso irregular da cota de gênero e à gestão de recursos eleitorais, reforçando a necessidade de maior controle e fiscalização.