A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) mais um inquérito envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, desta vez por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. Com isso, Bolsonaro já soma três indiciamentos apenas este ano, cada um por acusações distintas.
Fraude em cartão de vacinação
O primeiro caso ocorreu em março, quando Bolsonaro foi acusado de ordenar a falsificação de dados em seu cartão de vacinação contra a covid-19. A investigação apontou que a adulteração foi autorizada diretamente pelo ex-presidente.
Na época, a defesa de Bolsonaro alegou não ter acesso aos detalhes do indiciamento e argumentou que, enquanto ocupava o cargo de presidente, ele não estava obrigado a apresentar comprovantes de vacinação em viagens oficiais.
Além de Bolsonaro, 16 pessoas foram indiciadas, incluindo o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente.
Caso das joias sauditas
O segundo indiciamento ocorreu em julho, envolvendo um esquema de desvio e venda de joias de alto valor enviadas como presentes oficiais pela Arábia Saudita. Segundo a lei, esses itens deveriam ser incorporados ao acervo da Presidência da República, mas foram desviados para fins privados.
Mauro Cid também foi apontado como peça-chave no caso, sendo responsável por vender as joias no exterior. Ao todo, 10 pessoas foram indiciadas nesse episódio.
Bolsonaro ironizou a PF à época, descredibilizando a acusação e destacando que os valores das joias, avaliadas em cerca de R$ 7 milhões, foram retificados durante a investigação.
Tentativa de golpe de Estado
O terceiro indiciamento foi concluído nesta quinta-feira e acusa Bolsonaro de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de organização criminosa.
O inquérito contou com a colaboração premiada de Mauro Cid, que revelou informações cruciais para a investigação. Além do ex-presidente, 36 pessoas foram acusadas no caso.
Bolsonaro, por sua vez, utilizou as redes sociais para criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito. Ele acusou Moraes de agir fora dos limites legais e afirmou que aguarda uma posição da Procuradoria-Geral da República (PGR) para iniciar sua defesa.
PGR ainda não apresentou denúncias
Apesar dos indiciamentos encaminhados pela Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República ainda não apresentou denúncias formais contra o ex-presidente nos três casos. Bolsonaro, por enquanto, se mantém em posição de espera, enquanto as investigações continuam avançando.