A discussão sobre a proposta de extinção da escala de seis dias de trabalho por um dia de folga (escala 6×1) se transformou em um fenômeno nas redes sociais, de acordo com um levantamento realizado pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados. A pesquisa analisou cerca de 30 mil publicações nas principais plataformas digitais (X, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok) entre os dias 7 e 12 de novembro, e revelou um crescimento explosivo de interesse pelo tema.
O estudo aponta um aumento de 2.120% nas postagens relacionadas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que visa alterar a jornada de trabalho no Brasil para, no máximo, 36 horas semanais, com a possibilidade de quatro dias de trabalho por semana. No período analisado, o volume de interações (curtidas, comentários e compartilhamentos) também disparou, subindo de 267.124 para impressionantes 14.995.806, o que representa um aumento de 5.513%.
Entre as 30 mil publicações, 67% manifestaram apoio à proposta, enquanto 26% se mostraram neutras e apenas 7% se posicionaram contra. O dia 12 de novembro foi o de maior pico de discussões sobre o tema, concentrando 40% de todas as interações.
“O fenômeno nas redes sociais não só reflete a eficácia da narrativa dos defensores da PEC, mas também evidencia o grande interesse dos brasileiros no assunto, independentemente de sua orientação política. O debate sobre a jornada de trabalho uniu pessoas de todas as ideologias, criando um consenso em favor da proposta”, afirmou Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, em nota oficial.
Além das 30 mil postagens analisadas, a pesquisa também observou as 100 postagens mais relevantes, aquelas com maior engajamento em cada plataforma. Essas 500 publicações representaram 91% de todas as interações registradas, destacando a relevância do debate nas redes sociais.
Tokarski também observou que a maioria dos comentários e postagens foi favorável à mudança da jornada de trabalho, com uma clara tendência a favor da PEC que propõe a substituição da jornada 6×1 por uma jornada de trabalho 5×2. No entanto, ele pondera que o baixo número de manifestações contrárias à proposta não necessariamente reflete a opinião da maioria, mas pode ser um reflexo do caráter sensível do tema ou da falta de manifestações explícitas da minoria contrária.
“O resultado das redes sociais demonstra uma forte pressão popular pela aprovação da PEC no Congresso. O tema, que antes parecia restrito a grupos específicos, ganhou ampla adesão e engajamento em diversas esferas da sociedade”, concluiu Tokarski.
A proposta de emenda à Constituição ainda está em fase de tramitação na Câmara dos Deputados, e a pressão digital pode desempenhar um papel significativo na aceleração de sua discussão e eventual aprovação. O debate segue dividido entre trabalhadores e empregadores, mas o apoio massivo nas redes sociais sugere que a jornada de trabalho mais curta está ganhando terreno entre a população brasileira.