As investigações sobre a execução de Antonio Vinícius Lopes Gritsbach, ex-integrante e delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, chegaram oficialmente a Alagoas. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo solicitou apoio da polícia judiciária alagoana, e a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) será responsável pela continuidade das apurações no estado.
Gritsbach e seus familiares tinham planos para passar o réveillon em Alagoas, nas cidades de Maceió e São Miguel dos Milagres. A Dracco investigará a passagem do delator pelo estado, com o uso de imagens de câmeras de segurança e dados de trânsito para reconstituir seus passos. Durante os depoimentos coletados em São Paulo, surgiram indícios sobre suas atividades em Maceió. Um dos seguranças que prestou depoimento relatou que um funcionário de Gritsbach teria recebido uma sacola com R$ 1 milhão em joias de um quiosque na Praia da Avenida, em Maceió. O episódio será investigado para esclarecer se o valor realmente foi transferido e qual sua relação com o caso.
A Dracco também avaliará a lista de passageiros do voo de Gritsbach entre Maceió e Guarulhos. O ex-integrante do PCC estava sob ameaça de morte após se tornar delator da facção, especialmente por seu suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que vinha sendo apurado pela Justiça.
Gritsbach, que já havia dado uma entrevista à TV Record em fevereiro relatando ameaças que sofria após sua delação, afirmava que seu patrimônio estava entre R$ 18 e R$ 19 milhões. Ele havia solicitado o desbloqueio de seus bens ao Ministério Público de São Paulo, e o Gaeco manifestou-se a favor do pedido. A execução no aeroporto de Guarulhos ocorre em um contexto de represálias a delatores do PCC, e a investigação em Alagoas busca esclarecer as circunstâncias e relações do empresário antes de sua morte.