Com o objetivo de controlar a inflação e estabilizar a economia, o Banco Central, por meio do Copom, decidiu elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25% ao ano. Essa medida, já esperada pelo mercado, busca conter os efeitos da alta do dólar e das incertezas econômicas globais.
A decisão do Copom consolida a mudança de direção na política monetária. Após um ano com a taxa Selic em 13,75% ao ano, o Banco Central iniciou um ciclo de afrouxamento monetário, com sete reduções consecutivas. Entretanto, após duas reuniões com a taxa mantida em 10,5% ao ano, o Comitê optou por iniciar um novo ciclo de aperto monetário.
Os dados do IBGE mostram que a inflação, medida pelo IPCA, acelerou em setembro, atingindo 0,44%. A alta foi influenciada principalmente pelo aumento das tarifas de energia elétrica, em decorrência da bandeira vermelha, e pelos preços dos alimentos, pressionados pela seca no início do ano.
Diante desse cenário, o Banco Central tem utilizado a taxa Selic como principal ferramenta para conter a inflação e manter o poder de compra da população.
Com a alta de setembro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 4,42%, se aproximando do limite superior da meta de inflação para 2024, estabelecida em 4,5%.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central elevou sua projeção para o IPCA de 2024 para 4,31%. Essa revisão para cima reflete a influência de fatores como a alta do dólar e a seca prolongada, que têm pressionado os preços de diversos produtos.
A autoridade monetária alerta que novas revisões podem ocorrer nos próximos meses, caso esses fatores persistam ou se intensifiquem.
A pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, indica um aumento nas expectativas de inflação para 2024. As instituições financeiras projetam agora um IPCA de 4,59% para este ano, valor superior ao teto da meta estabelecida pelo governo.
Em seu último comunicado, o Copom apresentou novas projeções para a inflação, indicando que o IPCA deve fechar 2024 em 4,6%, acima do teto da meta. Para os anos seguintes, as expectativas são de 3,9% em 2025 e 3,6% no acumulado dos primeiros três meses de 2026. Essas projeções consideram um horizonte mais amplo, de 18 meses, para a análise da inflação.
O Banco Central revisou para cima suas projeções de inflação, que antes eram de 4,3% para 2024, 3,7% para 2025 e 3,5% no início de 2026.
A política de juros altos, adotada pelo Banco Central para controlar a inflação, tem como efeito colateral a desaceleração da economia. Em seu último relatório, a autoridade monetária revisou para baixo sua projeção de crescimento do PIB para 2024, estimando agora um avanço de 3,2%.
O aumento da Selic é uma ferramenta do Banco Central para conter a inflação. Juros mais altos encarecem empréstimos e incentivam a poupança, reduzindo a demanda e, consequentemente, a pressão sobre os preços.
A decisão de reduzir a Selic representa um delicado equilíbrio. Por um lado, juros mais baixos impulsionam a atividade econômica. Por outro, podem gerar pressões inflacionárias, caso a demanda se expanda mais rapidamente do que a oferta.