João Doria, ex-governador de São Paulo, deu um passo surpreendente ao enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que reconhece exageros nas críticas que fez ao líder petista em confrontos passados e admite erros de sua parte. A carta, inicialmente revelada pelo jornal O Globo e confirmada por Doria, foi entregue ao presidente Lula com a ajuda de Geraldo Alckmin, atual vice-presidente e antigo aliado de Doria.
Na correspondência, Doria se apresentou de forma distinta de sua imagem de “João Trabalhador,” que marcou suas campanhas políticas anteriores. Desta vez, ele assumiu o papel de “João Conciliador,” ressaltando seu desejo de reconstruir pontes e superar antigas rivalidades políticas. Com a decisão de se afastar da política partidária, Doria tem se concentrado em expandir suas atividades empresariais por meio do Grupo Lide, promovendo eventos que conectam empresários e figuras políticas de variados espectros ideológicos.
Nos últimos tempos, o ex-governador paulista tem estreitado relacionamentos com figuras importantes do governo Lula, incluindo ministros, governadores de estados nordestinos e até mesmo antigos adversários, como o ministro do STF Flávio Dino. Essa aproximação reflete um novo posicionamento de Doria, que parece estar em busca de um papel mais conciliador e de contribuir para o diálogo entre diferentes forças políticas no país.
Até o momento, Lula não deu resposta oficial à carta, mas Doria parece determinado a seguir adiante com sua tentativa de reconciliação e de abertura para o diálogo, deixando para trás as desavenças do passado em prol de uma postura mais colaborativa no cenário político e empresarial brasileiro.