O senador Rodrigo Cunha (Podemos) cobrou nesta sexta-feira (25) explicações da Defesa Civil de Maceió diante de informações do registro de afundamento de solo na área da mina 27 da Braskem. Mina 27 é uma das 35 minas que a Braskem mantinha para extração de sal-gema na capital de Alagoas, processo que levou à tragédia ambiental que vitimou os bairros e os milhares de moradores do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto.
“Solicitamos à Defesa Civil um posicionamento claro, uma vez que o tema do crime ambiental causado pela Braskem em Maceió é extremamente sensível e envolve a vida de milhares de maceioenses. Sempre que surgem fatos sobre o processo de afundamento do solo da região, é natural que surjam também informações ou especulações que mais confundem que explicam e alertam a sociedade”, destacou Cunha.
Único integrante alagoano da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que investigou e responsabilizou a Braskem pelo crime ambiental ocorrido em Maceió, Cunha sempre atuou em defesa dos moradores vítimas da mineradora. O relatório final da CPI pediu o indiciamento de 3 empresas, entre elas a própria Braskem, e de 11 pessoas por crimes ambientais.
Na última segunda-feira (21), o preenchimento da mina 27 da Braskem, situada no bairro Mutange, foi suspenso temporariamente. Segundo a empresa, a interrupção se deu após a identificação de um desnível superficial no solo do canteiro de operações de preenchimento. A mina 27 está localizada próxima ao antigo Hospital Psiquiátrico José Lopes, e fica perto da mina que colapsou em dezembro de 2023.
Defesa Civil descarta gravidade
Em reposta ao pedido de informações de Rodrigo Cunha, o secretário municipal Abelardo Nobre, responsável pela Defesa Civil de Maceió, afirmou que “a situação da mina 27 não representa gravidade, uma vez que não houve nenhum registro de microssismo significativo, não houve aumento da velocidade de subsidência e os pisômetros não apresentaram alteração. O que aconteceu foi um recalque na área de operação para preenchimento da mina, e não na área de projeção da mina”, explicou Abelardo.
“Esse recalque é um pequeno afundamento na área de operação das máquinas (que fazem o preenchimento) e possivelmente ocorreu, em uma hipótese inicial, porque o solo na área é resultante de aterro. O protocolo de segurança indica que quando detectada qualquer anomalia na superfície se suspendam as atividades para dar segurança aos trabalhadores e possam ser iniciadas investigações mais aprofundadas”, reiterou o secretário.
Ainda de acordo com Abelardo “alguns relatórios estão sendo concluídos e a Defesa Civil esteve preliminarmente no local, assim como também a Agência Nacional de Mineração. Foi constatado que não houve cenário de gravidade. As atividades de mobilização no local já retornaram e haverá inspeção nos poços a fim de se deliberar sobre a retomada do preenchimento. Esta mina já está 63% preenchida. Tão logo as inspeções sejam feitas e se constate a possibilidade de retorno do preenchimento, as operações devem ser reiniciadas”.