Primeiro parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR) morreu na manhã deste domingo (12), aos 77 anos, em decorrência da covid-19. Meurer estava preso desde outubro de 2019 na Penitenciária de Francisco Beltrão, onde cumpria pena de 13 anos e nove meses.
Ele foi condenado pelo Supremo em maio de 2018, quando ainda exercia mandato na Câmara, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Meurer estava internado desde terça-feira (7) em um hospital particular de Francisco Beltrão. O ex-deputado era diabético, hipertenso e tinha problema renal crônico. De acordo com denúncia da Procuradoria-Geral da República avalizada pelo Supremo, ele recebeu R$ 29,7 milhões em 99 repasses mensais de R$ 300 mil, operacionalizados pelo doleiro Alberto Youssef. O filho dele, Nelson Meurer Jr., também foi condenado por corrupção passiva no mesmo caso.
O advogado Michel Saliba, que defendia Meurer, reclamou da atuação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, que rejeitou pedidos apresentados por ele para que o ex-deputado cumprisse pena em regime domiciliar.
“Ele contraiu [covid-19] enquanto preso com pedido de prisão domiciliar desde dezembro de 2019 reiteradamente negado pelo ministro Edson Fachin. Era um homem de 78 anos com quatro comorbidades gravíssimas”, disse Saliba ao Congresso em Foco.
Companheiro de partido e estado de Nelson Meurer, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) manifestou pesar pela morte do ex-colega e criticou o que chamou de “ativismo” no Supremo.
Meurer foi prefeito de Francisco Beltrão e deputado federal entre 1995 e 2018.
Fonte – 7 Segundos