O deputado federal Arthur Lira chegou ao poderoso posto de líder o Centrão também pela capacidade de assimilar as críticas e acusações de que tem sido alvo – não sem justificativa – desde que ganhou projeção política local.
Ele? Nem aí.
Ainda que não tenha motivos de preocupação com o desfecho objetivo das ações que enfrenta na justiça – inclusive no STF –, serão elas as munições dos adversários que enfrenta na disputa pela presidência da Câmara Federal.
Num rápido resumo: ele é réu no STF em uma das ações da Lava-Jato (do “quadrilhão” do PP) e investigado em duas outras, daquele pacote que vai sendo encoberto pela penumbra do esquecimento.
Ora direis: não é só ele – Collor é o primeiro réu da Lava-Jato no Supremo e sabe que seu julgamento está marcado para o dia do Juízo Final. Calheiros, também senador, deve dar boas gargalhadas ao lembrar de tudo que já foi acusado ou é investigado na mesma e ruidosa operação.
No caso de Lira, ainda tem mais: ele foi condenado em segunda instância pelo TJ na Operação Taturana, o que, em tese – não confirmada – o tornaria inelegível pela finada Lei da Ficha Limpa.
Ora direis (de novo): não é só ele – o deputado Paulão também está condenado pelo TJ e pelo mesmo motivo. Ambos não têm, nesse caso, com o que se preocupar. O que está posto não será deposto.
Mas o líder do PP, escolado nas coisas de Brasília, sabe que o bombardeio ainda vem por aí: ele vai se tornar manchete (s) da imprensa nacional por dias – meses, talvez – seguidos, tão logo for confirmado como potencial sucessor de Rodrigo Maia. E com a ajuda dos aliados, ressalte-se, o que Churchill bem revelou.
Qual a grossura do seu “couro”?
Ele vai ter de descobrir – e responder.
O melhor exemplo de sobrevivência ao bombardeio, ainda que com a renúncia à própria honra, foi José Sarney – o “interminável” ex-presidente, finalmente deposto no Maranhão.
Fonte – Blog do Ricardo Mota