Como dito aqui ontem, já estava traçado o roteiro para o reconhecimento pelo Brasil da fraude eleitoral na Venezuela como vitória legítima de Nicolás Maduro.
Nada de surpreendente, portanto, a não ser a desfaçatez do presidente da República, espantosa até mesmo vis-à-vis os largos padrões nacionais, para quem “não há nada de grave” no reino da Venezuela.
Há tudo de gravíssimo, obviamente. Uma contagem independente e acurada, divulgada na plataforma Altavista por uma organização que se mantém no anonimato por medo de retaliação, mostra que, na eleição de domingo passado, o candidato da oposição recebeu 66% dos votos, contra 31% dados a Nicolás Maduro. Outras contagens independentes apontam números semelhantes, como a da consultoria americana Edison Research, relata a jornalista Carolina Marins.
O Centro Carter, respeitado observador internacional de processos eleitorais, que estava na Venezuela a convite do Conselho Nacional Eleitoral do país, foi taxativo: o pleito “não obedeceu aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”.
É um escândalo de proporções épicas, portanto, que o ditador venezuelano tenha sido declarado vencedor, com números falsos que lhe dão 51% dos votos, contra 44% ao opositor. É roubo, é fraude, é farsa. É, mais do que atentado, assass1nato da democracia.
Contestado internamente, Nicolás Maduro persegue, prende e arrebenta, sob o pretexto bisonho de que está combatendo “fascistas”. Condenado externamente por regimes democráticos da América Latina, pelos Estados Unidos e pela Europa, o ditador pode contar com China, Rússia e, agora, Brasil, para continuar aboletado no Palácio de Miraflores, embora tenha perdido a eleição presidencial.
Fonte: Metrópoles