O câmbio “vai acomodar” e o Banco Central tem autonomia “para atuar”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após as recentes altas do dólar em relação ao real. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA no mercado internacional e por declarações do presidente Lula (PT) criticando o Banco Central. Haddad evitou responder diretamente sobre o papel do BC no controle da moeda.
Ele ressaltou que a diretoria do Banco Central tem autonomia para agir conforme achar necessário e que não há outra orientação além dessa. O ministro reiterou a independência do BC para tomar medidas apropriadas, reforçando a confiança na instituição.
Além disso, Haddad afirmou que o câmbio vai se estabilizar, sem especificar detalhes. Ele acredita que as ações e compromissos do governo contribuirão para essa acomodação. As críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, têm gerado tensão, mas Haddad tentou tranquilizar o mercado.
Nesta manhã, Haddad se reuniu com Lula no Palácio do Alvorada para discutir a alta do câmbio, preparando-se para a reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) no final da tarde. A alta do dólar e o corte de gastos foram os principais temas abordados pela equipe econômica do governo, que enfrenta pressão para apresentar alternativas ao presidente. Haddad e Lula já haviam discutido essas questões no fim de semana, fora da agenda oficial.