O deputado estadual Paulo Lima do PSOL, fez críticas à Braskem, acusando a empresa de tentar “calar” as vítimas afetadas pelo afundamento do solo em Maceió e de se “isentar de qualquer crime”. As declarações surgem em meio a um embate judicial envolvendo a petroquímica e moradores afetados pelos danos ambientais e estruturais causados pela atividade da empresa na região.
Segundo o parlamentar, a Braskem tem utilizado intimidações judiciais para silenciar a imprensa e ativistas que denunciam os impactos negativos das operações da empresa. “Intimidações judiciais são utilizadas pelos poderosos, silenciando a imprensa e ativistas. A Braskem diz que se sentiu ameaçada, olha que ironia”, afirmou Paulo Lima durante uma entrevista coletiva.
A tensão entre a Braskem e as comunidades afetadas se intensificou recentemente devido a um acordo proposto pela empresa, que inclui a proibição de manifestações a uma distância de até 10 km de suas instalações. Esta medida, segundo a empresa, visa garantir a segurança e a ordem pública, mas tem sido vista como uma tentativa de restringir o direito de protesto dos moradores.
Para ilustrar a extensão da área que poderia ser afetada pela restrição proposta pela Braskem, calculou-se que a distância entre a sede da empresa, localizada na Av. Assis Chateaubriand, Pontal da Barra, até a Av. Gov. Afrânio Lages, na Mangabeira, e também até a Av. Fernandes Lima, próximo ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), é aproximadamente 9,6 km. Isso significa que áreas como Mangabeiras e Farol, conhecidas por receberem manifestações populares, estariam dentro da zona de exclusão proposta pela Braskem.
A proposta do acordo tem gerado ampla indignação entre os moradores e ativistas locais, que veem na medida uma tentativa de cercear o direito constitucional de liberdade de expressão e manifestação. Movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos humanos já se mobilizam para contestar judicialmente a iniciativa da Braskem.
Em resposta às críticas, a Braskem reiterou que todas as suas ações estão pautadas na lei e no respeito às comunidades onde opera. A empresa argumenta que o acordo proposto visa estabelecer parâmetros claros para evitar conflitos e assegurar a ordem pública.
O embate entre a Braskem e as comunidades afetadas pelo afundamento do solo em Maceió continua a suscitar debates sobre responsabilidade ambiental, direitos dos afetados e limites da atuação empresarial em contextos sensíveis como este.