Na feira do Largo do Machado, no Rio de Janeiro, o pagamento eletrônico ainda não é a preferência de todos. Alguns consumidores evitam usar cartão ou Pix devido às taxas das maquininhas ou à inconveniência de acessar aplicativos, preferindo pagar com dinheiro em espécie. A servidora pública Renata Moreira, por exemplo, menciona que frequentemente utiliza débito e Pix, mas ocasionalmente precisa sacar dinheiro para evitar custos adicionais nas compras.
De acordo com o Banco Central (BC), a circulação de papel-moeda ainda é significativa, mesmo após 30 anos da criação do real. Em junho de 2024, havia R$ 347,331 bilhões em cédulas e moedas em circulação, representando 3,13% do PIB. Essa porcentagem vinha crescendo desde os anos 1990, chegando a quase 4% em 2007 e atingindo 5% durante a pandemia de 2020 devido ao auxílio emergencial, mas começou a diminuir novamente após a pandemia.
Apesar do crescimento de meios de pagamento como o Pix, que movimentou R$ 2,137 trilhões em maio, o valor das transações eletrônicas não é diretamente comparável com o estoque de dinheiro físico, já que o BC calcula o valor do dinheiro físico fora dos bancos. O Pix tem promovido inclusão financeira, com milhões de pessoas adotando transações eletrônicas pela primeira vez.
O Pix é utilizado por pessoas de diferentes faixas de renda. Dados indicam que 71% dos indivíduos com um salário mínimo possuem pelo menos uma chave Pix, e essa porcentagem aumenta conforme a renda, chegando a 89% para aqueles com mais de dez salários mínimos. A aceitação ampla do Pix reflete sua conveniência e acessibilidade, apesar da persistência do uso de dinheiro físico em certas situações.