A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal no Brasil foi fortemente criticada por políticos da direita alagoana. Eles consideram a liberação um absurdo e um desrespeito ao papel do Legislativo, que, segundo eles, deveria ser o responsável por decidir sobre essa questão.
Delegado e atual deputado federal, Fábio Costa (PP) cita que o Supremo invade atribuições do Congresso Nacional, porque, em uma democracia, tal legislação cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, não ao STF.
“Essa decisão afronta as famílias brasileiras, aumenta a dependência química e sobrecarrega nosso sistema de saúde. Precisamos aprovar urgentemente a PEC das drogas, para que a posse e o porte de drogas continuem sendo crimes. Somente o Congresso eleito pelo povo, tem a autoridade para essas decisões”, diz.
Já o deputado federal, Alfredo Gaspar (União) repudiou a decisão do STF e diz que o Brasil não merece isso. “Nós já temos milhares de famílias destruídas, de jovens assassinados pelo uso de drogas. Essa mensagem não condiz com a vontade do povo brasileiro”, afirma.
Entre os deputados estaduais, quem se posicionou foi o deputado Cabo Bebeto (PL): “Hoje o narcotráfico está em festa. Parabéns aos envolvidos. Vergonha!”.
Para o vereador maceioense Leonardo Dias (PL) diz que, ao liberar o consumo de drogas, o STF desrespeita não somente 513 deputados e 81 senadores, mas os interesses da imensa maioria da população.
“Pedirei ainda esta semana que se paute meu projeto que estipula multa para quem for pego consumindo maconha em locais públicos de Maceió”, finaliza.
Esquerda celebra
Enquanto a direita critica, políticos alagoanos de esquerda celebram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal no Brasil. Para o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), essa medida é positiva, pois ele argumenta que a criminalização da maconha afeta predominantemente os mais pobres e negros, contribuindo para o encarceramento em massa desses grupos.
“Lamentavelmente, temos visto o desvirtuamento desse debate. Primeiro porque descriminalização não é o mesmo que legalização. Ninguém poderá comprar maconha na banca da esquina com a decisão do STF”, defende o petista.
“Segundo porque a dependência química deve ser tratada como questão de saúde pública e não de segurança pública. A decisão do STF acompanha o que as principais democracias do mundo estão fazendo e o Brasil não pode seguir na contramão”, reitera.