Durante o Summit Mobilidade, realizado nessa segunda-feira (17/06) pela Organização Arnon de Mello e Gazeta de Alagoas, o diretor-geral do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), André Santos Costa fez críticas ao Viaduto da PRF, uma das maiores obras viárias de Maceió.
O viaduto, que teve construção iniciada no governo de Renan Filho em Alagoas, foi custeado por recursos federais. Sua inauguração, apesar das críticas do diretor da DMTT, foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e contou com a presença do prefeito JHC. João Henrique Caldas, quando era candidato a prefeito, em 2020 chegou a dizer que iria trabalhar pela conclusão da obra.
A declaração de André Costa foi, na avaliação dos participantes do evento, uma “cutucada”, uma resposta ao ministro dos Transportes Renan Filho, que também participou do evento. Ele disse que a única obra de mobilidade em Maceió nos últimos 10 anos foi o viaduto.
A DMTT, alvo de críticas pelo trânsito cada vez mais caótico de Maceió, com engarrafamentos que levam muitos dos moradores da cidade a perder duas horas no trânsito todos os dias, não apontou soluções ou investimentos do município para resolver o problema.
André culpa “Braskem”
O diretor-presidente do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), André Costa, salientou, durante o Gazeta Summit Mobilidade, que Maceió vive uma crise de mobilidade urbana desde 2019, quando o caso Pinheiro se iniciou.
Desde então, cerca de 60 mil pessoas tiveram de se deslocar de cinco bairros (Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol), o que ocasionou um gargalo no deslocamento urbano.
“Esses desafios representam o momento que a cidade vive, em decorrência desse crime socioambiental, que foi praticado aqui em Maceió. E acho que ninguém tem dúvidas de que a gente vive uma crise de mobilidade urbana, que foi acentuada por esses fatores, um deles sendo a questão do afundamento dos bairros, que tivemos de remanejar ou extinguir linhas de ônibus, VLT interrompido e deslocamento forçado de 60 mil pessoas, além de 100 mil pessoas que foram afetadas por essas linhas remanejadas”, analisou
No painel ‘Região Metropolitana – mobilidade nas cidades do futuro’, Costa também afirmou que a capital teve a maior evolução na frota de veículos do Nordeste, nos últimos sete anos.
Segundo ele, uma das atitudes para sanar esse problema foi a melhoria no transporte público, com a renovação da frota de ônibus e incentivos de gratuidade.
“São 97 ônibus entregues desde 2021, com 89 sendo de “Geladões”. Em dois anos, queremos ter 60% da frota climatizada. 36% dos embarques em Maceió são gratuitos, por meio de políticas públicas”, disse.
“No primeiro mês de gestão do prefeito JHC, a tarifa de ônibus caiu de R$ 3,65 para R$ 3,35 e, agora, está em R$ 3,49, que ainda é a mais baixa do País. Temos ainda incentivos, como o passe livre estudantil, o programa Domingo É Livre, para que todos possam utilizar o que a cidade tem de melhor. Gratuitamente, a população de toda a cidade pode se deslocar, por exemplo, para o litoral”, complementou.
Entre outras medidas, estão a expansão das faixas exclusivas, o corredor de ônibus BRT, a expansão da malha cicloviária e abertura de novas vias, além de semáforos inteligentes, ampliação do sistema de videomonitoramento e a presença de agentes do órgão nos horários de pico da manhã e noite, para dar fluidez ao transporte coletivo.
Estiveram no painel o prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho (Cacau), o prefeito de Pilar, Renato Filho, a deputada estadual Gabriela Gonçalves e o diretor do Detran/AL, Marco Fireman. A mediação foi feita por Rayne Ferretti, da ONU Habitat Brasil.
Fonte – Jornal de Alagoas