Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, encontraram evidências de que pessoas com tatuagens têm 21% mais risco de desenvolver linfoma no futuro em comparação às que não têm tatuagens. O linfoma é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, essencial para a defesa do organismo contra infecções.
Os detalhes dessa pesquisa foram divulgados em um artigo na edição de junho da revista eClinicalMedicine. Segundo os autores do estudo, os produtos químicos presentes na tinta da tatuagem são reconhecidos pelo organismo como substâncias estranhas. Isso ativa o sistema imunológico, causando uma inflamação de baixo grau que pode desencadear o câncer.
A pesquisa analisou 11.905 pessoas selecionadas a partir de registros populacionais. Dentre essas, 2.938 haviam sido diagnosticadas com linfoma entre 20 e 60 anos. Aproximadamente 1,4 mil pessoas com linfoma e outras 4.193 do grupo de controle responderam a um questionário sobre estilo de vida, incluindo a presença de tatuagens e hábitos de fumar.
No grupo com linfoma, 21% (289 pessoas) eram tatuados, enquanto no grupo de controle, 18% (735 pessoas) possuíam tatuagens. Christel Nielsen, a pesquisadora líder, afirmou que a inflamação de baixo grau desencadeada pelas tatuagens pode ser um fator para o desenvolvimento do câncer, tornando o quadro mais complexo do que inicialmente pensado. A equipe de Nielsen continuará investigando se existe alguma ligação entre tatuagens e outros tipos de câncer.