A gestora da hidremias de Xingó, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), está sofrendo acusações de dano ambiental ao rio, com a intensa variação na vazão das comportas, o que, consequentemente, também prejudica comunidades ribeirinhas.
Os moradores da região afirmam estarem perdendo o sustento, com a quantidade de água diminuindo. As acusações foram feitas no O Ministério Público Federal (MPF), que vai acompanhar uma reunião que buscará uma solução para o conflito do uso de recursos hídricos na região.
O procuração Lucas Horta, sustentará aos membros a importância de que o Comitê da Bacia do São Francisco assuma o protagonismo nessa discussão. “O conflito está evidente e esta é uma oportunidade única para a Câmara Técnica se debruçar sobre um assunto de extrema relevância para o Baixo São Francisco e para que a gente dê concretude para medidas necessárias à vida do rio e das comunidades ribeirinhas”, destacou.
De acordo com o procurador, que é membro do núcleo de meio ambiente do MPF em Alagoas, apesar da hidrelétrica produzir energia interligada ao Sistema Elétrico Nacional, quem sofre com as consequências são os ribeirinhos que dependem de suas águas. Além disso, existem os danos materiais objetivos e diretos, como aos materiais de pesca e aos barcos, que num momento estão em área com grande volume d’água e noutro estão presos em bancos de areia.
O MPF destaca ainda a nota técnica da Ufal [Universidade Federal de Alagoas], produzida com base em dados de mais de 70 pesquisadores. O estudo evidencia graves problemas ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública. Tais violações possivelmente estão relacionadas aos danos ambientais causados pelas variações de vazão extremas e repentinas, que podem estar impedindo o rio de se regenerar diante das agressões que sofre constantemente.