O ministro Alexandre de Moraes não encontrou irregularidades na visita do ex-presidente Jair Bolsonaro à embaixada da Hungria, após seu passaporte ser apreendido. Moraes argumentou que a ida à embaixada não violou as medidas cautelares impostas a Bolsonaro em janeiro de 2024, que proibiam contato com outros investigados e a saída do país. Ele ressaltou que as missões diplomáticas, embora tenham proteção especial, não são consideradas extensão do território estrangeiro.
Além disso, o ministro destacou a falta de elementos concretos que indicassem que Bolsonaro pretendia obter asilo diplomático para evadir-se do país e prejudicar a investigação criminal em andamento. Bolsonaro passou duas noites na embaixada após seu passaporte ser apreendido e aliados políticos serem presos. A revelação foi feita pelo jornal americano “The New York Times”, que apresentou uma série de vídeos do político no interior do prédio. Posteriormente, Alexandre de Moraes deu 48 horas para Bolsonaro explicar a situação.
Em resposta, a defesa do ex-presidente afirmou ser “ilógico” sugerir que a presença na embaixada da Hungria fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. Moraes pediu então que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitisse sua opinião sobre as explicações. A PGR não viu a necessidade de suspensão das cautelares. A decisão de Moraes segue o entendimento da PGR.