A CPI aprovou requerimentos para que o prefeito de Maceió, João Henrique
Caldas – JHC (PL), e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), se apresentem para esclarecer questões sobre a atuação da Braskem na capital alagoana.
Os requerimentos datam de 20 de março e foram aprovados na última terça-feira, 9, no retorno dos trabalhos da comissão, marcado nesta semana pela admissão pública da culpa por parte da mine-radora.
O foco dos requerimentos está nas informações relativas aos royalties e outras receitas provenientes da exploração do sal-gema desde o início das operações da Braskem na região, em 1976.
Os documentos, assinados pelo presidente da CPI, Omar Aziz, destacam a importância de esclarecer os benefícios auferidos pelo Estado e pelo município com as atividades da empresa.
As indagações visam entender melhor a relação entre a Braskem e as autoridades locais, delineando a trajetória financeira desde o início das operações da empresa.
Além disso, busca-se compreender como esses recursos foram utilizados e se refletiram no desenvolvimento e bem-estar da comunidade alagoana.
É importante ressaltar que essas solicitações concentram-se exclusivamente nas receitas legítimas provenientes da exploração do sal-gema, excluindo quaisquer indícios de financiamento de campanha ou recursos não contabi-lizados. A convocação ocorre em meio ao momento em que aliados de JHC tentam evitar que a crise da Braskem contamine o projeto de reeleição na capital alagoana.
Depois da crise provocada pelo risco de desabamento de uma das minas da Braskem na capital no final do ano passado, o grupo político de JHC tem investido agora em agendas positivas para tentar ampliar a popularidade do atual prefeito.
Um dos exemplos foi o “Fes-tival de Verão” da cidade, onde o pré-candidato à reeleição também posou com diversas lideranças políticas do estado, inclusive com Arthur Lira. Mais recentemente, também foi lançada a agenda do São João de Maceió.
Os depoimentos — que ainda não têm datas para serem realizados — podem colocar quase frente a frente os gestores que, durante a recente crise provocada pelo rompimento da Mina 18, no bairro do Mutange, em dezembro do ano passado, não chegaram a se encontrar pessoalmente.
Prefeitura e governo do estado à época também criaram seus próprios comitês de emergência para gerenciar a situação causada pela mina 18. As conversas foram à distância e os rivais locais chegaram a se falar por telefone na noite de ontem, poucas horas após o rompimento da mina 18, mas divergiram sobre a necessidade de uma reunião presencial.
A rivalidade do prefeito e do governador remonta que poderá ser acirrada em um possível jogo de empurra remota a seus padri-nhos, que são inimigos políticos.
JHC é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e preside o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, em Alagoas.
Já Dantas é do grupo do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que apoiou Lula no último pleito.
Fonte – Extra