Nos últimos nove dias, entre 15 e 23 de março, o Instituto Biota de Conservação registrou um preocupante aumento no número de golfinhos encalhados ao longo do litoral de Alagoas. Cinco desses magníficos animais foram encontrados em praias da região, sendo que quatro deles apresentavam sinais claros de interação antrópica, ou seja, indicativos de que foram afetados pela ação humana, como marcas de redes e cortes de faca, resultantes de atividades de pesca.
Os locais onde os golfinhos foram encontrados são variados, mas indicam uma distribuição preocupante ao longo do litoral alagoano. Dois dos animais foram encontrados em praias de Maceió, enquanto outros dois foram localizados em Japaratinga, no Litoral Norte do estado. O quinto golfinho encalhado foi descoberto na Barra de São Miguel, situada no Litoral Sul. Infelizmente, apenas uma das carcaças não pôde ser localizada.
Todos os golfinhos encontrados pertencem à mesma espécie, o boto-cinza (Sotalia guianensis), uma espécie de golfinho costeiro que habita as águas tropicais e subtropicais do oceano Atlântico.
O Instituto Biota de Conservação alerta que esses golfinhos costumam frequentar as mesmas áreas de pesca ao longo do litoral alagoano, o que os torna especialmente vulneráveis a interações negativas com atividades humanas, como a pesca. Com a proximidade da Semana Santa, é possível que o aumento do esforço de pesca na região tenha contribuído para esses trágicos incidentes.
A conservação desses animais marinhos é crucial para a preservação da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas costeiros. O Instituto Biota de Conservação reforça a importância da conscientização e da adoção de práticas sustentáveis de pesca para proteger não apenas os golfinhos, mas toda a vida marinha que compartilha esse habitat delicado.