Está previsto para a próxima segunda-feira, 24, um grande evento para lançamento do nome do deputado federal Rafael Brito como candidato a prefeito de Maceió, com o desafio de encarar o favoritismo da reeleição de João Henrique Caldas (PL).
A candidatura de Brito materializa, na verdade, outro desafio: viabilizar a reeleição de Renan Calheiros, cacique maior do MDB alagoano, para o seu quinto mandato consecutivo no Senado Federal.
Pode-se dizer que a disputa ao Senado é somente daqui a dois anos, em 2026, mas em política é assim que a coisa funciona: planejamento a médio ou longo prazo, ainda mais para quem transpira política as 24 do dia, como é o caso de Renan.
A última vitória do MDB para a Prefeitura de Maceió foi em 1985, quando Djalma Falcão se elegeu tendo como vice o ex-deputado federal José Costa.
De lá para cá, a legenda soma apenas derrotas dos candidatos que lançou, sendo a mais marcante em 1988, quando o próprio Renan foi derrotado por Guilherme Palmeira (PFL), numa disputa bem apertada.
A derrota de 2020 foi também marcante: o governador Renan Filho e o prefeito Rui Palmeira se uniram no apoio a Alfredo Gaspar de Mendonça, ex-secretário estadual de Segurança Pública e hoje deputado federal, mas o eleito foi JHC.
O MDB presidido por Renan Calheiros se vangloria de ter 70 prefeitos filiados, dentre os 102 que exercem mandato em Alagoas, mas isso na prática pode não significar muito: em 1998, Manoel Gomes de Barros tinha apoio de cerca de 90 prefeitos e foi derrotado por Ronaldo Lessa.
A afetar os planos do MDB de Renan, outro complicador: o senador ostenta uma alta taxa de rejeição, especialmente em Maceió, que num passado já distante já foi o seu principal reduto.
E a perspectiva para 2026 é de mais complicação na luta por uma das duas vagas ao Senado, pela possível concorrência do também senador Rodrigo Cunha (Podemos), do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) e possivelmente do governador Paulo Dantas (MDB).
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros