Durante seu depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid corroborou o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelando detalhes sobre uma alegada trama golpista. Este cenário emergiu em meio às investigações que visam esclarecer a suposta vigilância promovida por membros do governo de Jair Bolsonaro, que teriam seguido os passos do magistrado com a intenção de prendê-lo após a assinatura de um decreto de golpe de Estado. As informações foram divulgadas pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.
Segundo fontes da PF familiarizadas com as investigações, o ex-ajudante de ordens forneceu uma narrativa detalhada sobre como ocorreu o monitoramento do ministro. Em fevereiro, uma operação foi desencadeada contra ex-presidentes, ex-ministros e ex-assessores, os quais estão sob investigação por conspiração para golpe de Estado e por questionar a validade das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com os dados apurados pela PF, foi identificado um grupo de inteligência formado pelo general Augusto Heleno, por Mauro Cid e por Marcelo Câmara, responsável por monitorar a agenda, os deslocamentos aéreos e a localização de Moraes, visando assegurar a prisão do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, a investigação revelou que Cid e Câmara usavam o codinome “professora” para se referir ao ministro Alexandre de Moraes. Os movimentos realizados pelo ministro entre Brasília e São Paulo durante o período coincidem com as informações fornecidas pelos ex-assessores de Bolsonaro, assim como com as reuniões ocorridas no Palácio da Alvorada para discutir a redação de um documento golpista.
A decisão de Moraes destacou que, considerando a minuta do decreto que declarava o golpe de Estado e previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, o acompanhamento e monitoramento constante da autoridade, inclusive durante o período de Natal, evidenciava as reais intenções do grupo criminoso de subverter o regime democrático, procedendo com uma eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral.