Nesta terça-feira (05), três depoentes irão participar da CPI da Braskem, são eles: Abel Galindo Marques, José Geraldo Marques e Natallya de Almeida Levino. Os três pesquisadores têm estudos aprofundados sobre o afundamento do solo, dois deles são professores da Universidade Federal de Alagoas e outro especialista no assunto.
O engenheiro civil Abel Galindo Marques, é professor aposentado da Ufal, autor dos três requerimentos de convocação, o relator da comissão parlamentar de inquérito, senador Rogério Carvalho (PT-SE), aponta que Abel Galindo foi um dos primeiros profissionais a alertar sobre possibilidade de desabamento do teto de uma das minas escavadas pela Braskem para lavra de sal-gema em Maceió.
Já José Geraldo Marques é ativista, doutor em ecologia e uma das vítimas da evacuação dos bairros atingidos pela mineração da Braskem. José teria sofrido pressões e ameaças por se opor à instalação da empresa Salgema, ligada à Braskem, e enfrentado muitas reações por criticar a decisão do governo da época pela implantação da indústria.
José Geraldo e Abel Galindo são autores do livro Rasgando a Cortina de Silêncios: o lado B da exploração de sal-gema em Maceió.
A engenheira Natallya de Almeida Levino, também é professora Ufal e coordenadora de uma pesquisa sobre as dimensões econômica, social e ambiental da subsidência (movimento, relativamente lento, de afundamento de terrenos) que atinge cinco bairros de Maceió.
Na quarta-feira (6), a vai ouvir mais dois depoentes. Um deles é o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa e o outro depoente é o geólogo Thales Sampaio, aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
Os requerimentos para a convocação de Thales Sampaio (REQ 43/2024) e de Mauro Sousa (REQ 40/2024) foram apresentados pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
“Thales Sampaio é uma pessoa que foi determinante para que se conseguisse responsabilizar a empresa Braskem. Ele fez um laudo técnico, passou vários meses morando em Maceió, reuniu tecnologia do mundo inteiro e teve a responsabilidade de colocar no papel o que estava acontecendo. Começando com ele aqui, para que ele faça esse resgate histórico, ele colocará todos nós na mesma página”, registrou Rodrigo Cunha.
Afundamento do solo
A CPI, que tem o senador Omar Aziz (PSD-AM) como presidente, foi criada por meio de requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para investigar os efeitos da responsabilidade jurídica e socioambiental da mineradora Braskem no afundamento do solo em Maceió.