A escolha dos sucessores de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na Câmara dos Deputados e no Senado, respectivamente, ocorrerá apenas em fevereiro de 2025, porém, a movimentação para definir nomes e apoios já tem dominado as negociações políticas no Congresso.
Os jornalistas Kevin Lima e Beatriz Borges do G1, ouviram de parlamentares que Lira expôs essa movimentação dos bastidores durante a abertura do ano Legislativo, quando deu “duros” recados aos Poderes e disse que o tema sucessão já está na agenda política desde 2023.
Lira e Pacheco, que já se reelegeram uma vez e não podem ocupar os cargos novamente, ainda têm quase um ano de mandato à frente das Casas. Deputados avaliam que, embora tenha tentado afastar as interferências dessas disputas no trabalho do parlamento, Lira acabou reforçando o “peso” que as eleições internas terão ao longo deste ano.
Enquanto o futuro político de Lira e Pacheco é organizado, os dois tentam manter a influência no Parlamento após a eleição legislativa, em fevereiro de 2025, e transferir o capital político que hoje possuem para seus substitutos.
No discurso de retorno das atividades no Legislativo, o alagoano alertou: “errará grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara dos Deputados neste ano de 2024. Seja em razão das eleições municipais que se avizinham, seja, ainda, em razão de especulações sobre eleições para a próxima Mesa Diretora, a ocorrerem apenas no próximo ano”.
Em 2023, analistas políticos já afirmavam que Lira vai capitanear um grupo que apoiará o parlamentar a ser escolhido por ele. Por ora, o mais cotado continua sendo o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA). Embora Elmar seja visto com reservas por uma parcela dos deputados, o fato de contar com um padrinho poderoso o torna favorito na largada.
Já o bloco partidário que reúne PSD, Republicanos e MDB deve fazer o contraponto a Lira e seus aliados. Nesse grupo, cada partido tem um nome sendo ventilado. O vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (SP), é o representante do Republicanos. Pelo PSD, o nome é o do líder Antônio Brito (BA). E, pelo MDB, o favorito é o também líder Isnaldo Bulhões (AL).
Parlamentares falaram ao G1 que apostam em um acirramento das tratativas a partir do segundo semestre de 2024. Tanto na Câmara quanto no Senado, a avaliação é que sinalizações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos atuais ocupantes dos comandos das Casas podem ajudar a consolidar ou esvaziar pré-candidaturas.
Fonte – Extra