Alguns dos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm defendido a declaração do petista que comparou os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza à morte de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A fala gerou reações e críticas da comunidade judaíca e do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.
A fala do petista ocorreu após ele ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender o financiamento da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta auxílio aos refugiados palestinos, a UNRWA.
Israel acusa funcionários da UNRWA de envolvimento em ações terroristas do grupo extremista Hamas, o que motivou a suspensão dos repasses.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT-SP), prestou apoio ao presidente Lula e chamou de “cruel” as ações realizadas pelas forças israelenses contra os civis em Gaza.
“Todo meu apoio às preocupações do presidente Lula em relação ao conflito que vem cruelmente atingindo civis na Faixa de Gaza, vítimas do governo de extrema direita de Israel”, escreveu o ministro na rede social X, antigo Twitter.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSol-SP), lembrou a morte de mais de 20 mil palestinos após ataques de Israel e afirmou que a fala do petista é “necessária” diante ao avanço do conflito.
“A fala do presidente Lula sobre o que está acontecendo em Gaza é quente e necessário. Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentiva outros países a condenarem a desumanidade que vendemos dia após dia”, disse a ministra dos Povos Indígenas.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) chamou de “corajosa” a declaração do presidente. “Presidente Lula fez uma fala necessária e corajosa. Atitude que deveria ser tomada por todos aqueles que se indignam com o genocídio que está em curso na Faixa de Gaza”, escreveu a parlamentar na rede X.
João Pedro Stédile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), classificou como “genocídio” os ataques realizados por Israel contra a Faixa de Gaza.
“Saúdo a coragem de nosso presidente Lula que comparou o que os sionistas estão fazendo agora em Gaza com o nazismo. Um genocídio injustificável desse governo direitista de Israel e que envergonha o povo judeu no mundo”, destacou Stédile.
O governo de Israel anunciou que irá repreender o embaixador do Brasil em Tel Aviv após as declarações de Lula sobre a Faixa de Gaza.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender”, disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu a fala de Lula e disse que o governo de Israel merece uma “reprimida”, pois o direito de autodefesa não é uma carta branca para a morte de civis.
“Quem merece muito mais que uma ‘reprimenda’ é o governo de extrema-direita de Israel, que está em julgamento na Corte Internacional de Justiça por crimes de genocídio. O direito à autodefesa não é uma carta-branca para que se cometam atrocidades contra civis indefesos”, defendeu Lindbergh.
Fonte – GazetaWeb