O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), decidiu processar a Braskem após vazamento do valor de indenização recebido. De acordo com informações obtidas pela VEJA em matéria veiculada no sábado, 3 de fevereiro, Renan Filho alega que a empresa divulgou publicamente o montante recebido por ele como compensação por um imóvel na região cujo solo afundou devido à extração de sal-gema pela petroquímica.
Empresas e indivíduos afetados, incluindo o ministro, foram indenizados, mas Renan Filho argumenta que os valores são confidenciais e deveriam permanecer dessa forma. A Braskem, no entanto, registra em documento que o ministro recebeu pouco mais de 4,2 milhões de reais pela realocação da empresa Sistema Costa Dourada de Radiodifusão, afiliada da CBN.
Além disso, a empresa menciona que o ministro e sua família receberam outros valores como parte do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, mas essas cifras são sigilosas por ordem judicial. Renan Filho considera que a divulgação dos valores configura uma “revitimização” e planeja processar judicialmente a Braskem.
O contexto do vazamento está ligado aos impactos socioambientais em Maceió desde 2018, quando a população relatou tremores no solo e rachaduras em edificações devido à atuação da Braskem na exploração de sal-gema. Um desastre ocorreu em dezembro passado, quando parte de uma das minas cedeu, a mina 18.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai do ministro, conduziu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a responsabilidade da Braskem no episódio. O acordo entre a prefeitura de Maceió, liderada por João Henrique Caldas, aliado do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), e a Braskem também está em destaque, com a petroquímica comprometendo-se a pagar 1,7 bilhão de reais em seis parcelas, sendo 1 bilhão este ano, coincidindo com as eleições municipais.
Fonte – Extra