Senador alagoano persiste na busca por investigação, enfrentando oposição de instituições financeiras e risco de desvalorização das ações da Braskem
Em meio às movimentações políticas em torno da possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da Braskem na gestão da exploração de sal-gema em Alagoas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil tomaram posição contrária, tentando dissuadir o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de sua intenção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi influenciado por essas instituições a pedir a Renan que desistisse da articulação, conforme revelou o Radar Econômico. O BNDES, por sua vez, negou veementemente qualquer envolvimento, destacando seu respeito pela independência entre os poderes e sua não interferência no processo legislativo.
A preocupação não se limita aos aspectos políticos. Os cinco bancos credores da Novonor, que receberam ações da Braskem como garantia de empréstimos, expressam sua apreensão com a possível CPI. Avaliam que o processo conduzido pelo senador Renan Calheiros poderá desencadear uma desvalorização das ações da Braskem, comprometendo assim os créditos e interesses dos bancos.
Diante desse cenário, a instalação da CPI torna-se um ponto de tensão entre interesses políticos e econômicos, evidenciando as complexidades que permeiam as relações entre o setor financeiro e o poder legislativo.