Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase destaca a urgência do diagnóstico precoce, enquanto a capital alagoana enfrenta aumento significativo nos casos da doença
No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, Maceió se depara com uma realidade alarmante, registrando o maior número de casos da doença em cinco anos. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) revelam que, em 2023, a capital alagoana contabilizou 84 ocorrências, marcando um aumento de 18% em comparação com o ano anterior, que registrou 74 casos.
Desde 2019, quando também foram diagnosticados 74 casos, houve uma oscilação nos números, com quedas em 2020 e 2021, totalizando 65 e 62 casos, respectivamente. Contudo, o ano de 2023 rompe com essa tendência, apresentando uma significativa elevação no índice da doença. A hanseníase, conhecida antigamente como lepra, é uma condição infecciosa e contagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen.
A transmissão ocorre por contato próximo e contínuo com pacientes não tratados, com sua evolução dependendo das características do sistema imunológico da pessoa infectada. As manifestações clínicas incluem lesões nos nervos periféricos e cutâneas. Como resposta a esse cenário, a SMS promove uma ação na Unidade de Referência em Saúde (URS) Roland Simon, no Vergel do Lago, oferecendo atendimento especializado tanto para casos identificados nas unidades de saúde quanto para aqueles que buscarem ajuda espontaneamente.
Andrea Silva, técnica do Programa de Controle da Hanseníase de Maceió, destaca a importância do diagnóstico precoce: “Todos os sintomáticos de hanseníase, aqueles que apresentem lesões de pele com alteração da sensibilidade, são convidados a se dirigirem à unidade Roland Simon neste Dia H. Contaremos com dois especialistas à disposição, sem a necessidade de encaminhamento prévio. Todos os que procurarem a unidade serão atendidos, durante todo o dia.”
A hanseníase, que afeta a pele e os nervos, é transmitida pelo ar por gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas infectadas. Embora a maioria das pessoas consiga se defender naturalmente da bactéria responsável pela enfermidade, aproximadamente 10% desenvolvem a doença.