A área impactada pelo garimpo no território indígena Yanomami registrou um aumento de aproximadamente 7% em 2023, alcançando um total de 5432 hectares. Esses dados foram divulgados recentemente em um relatório do Instituto Socioambiental e da Hutukara Associação Yanomami (ISA). O território Yanomami, a maior terra indígena do Brasil, está enfrentando uma operação emergencial devido à crise sanitária provocada pelo avanço do garimpo ilegal e pela desestruturação do sistema de saúde local ao longo dos anos.
O relatório destaca uma desaceleração na taxa de crescimento da área degradada, comparada aos anos anteriores, onde as taxas anuais foram de 42% (2018-2019), 30% (2019-2020), 43% (2020-2021) e 54% (2021-2022). No entanto, o incremento indica que a atividade ilegal continua operando intensamente no território, conforme ressaltado no relatório, que utiliza dados do Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal (SMGI), entrevistas com residentes na terra indígena e informações da ONG Greenpeace.
Em relação à crise, a ministra dos Povos Indígenas do presidente Lula (PT), Sonia Guajajara, expressou a preocupação de que o governo não tenha resolvido o problema dos Yanomamis em 2023 e que a solução provavelmente não ocorrerá em 2024. Ela enfatizou que o governo está transitando de “ações emergenciais” para “ações permanentes de acompanhamento e fiscalização”.