O cientista político, doutor em Ciência Política e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ranulfo Paranhos, compartilhou insights sobre o cenário político em Maceió em entrevista exclusiva ao CadaMinuto. Em meio ao ano eleitoral de 2024, Paranhos abordou a liderança do prefeito JHC, os grupos bem definidos dos Calheiros e Arthur Lira, e a possibilidade de JHC liderar um terceiro grupo.
Paranhos destacou a importância de 2024 como uma “prévia” para 2026, com JHC flertando com uma pré-campanha para o governo do Estado. Os grupos dos Calheiros e Arthur Lira, segundo ele, dependem do resultado deste ano para fortalecerem suas intenções em 2026, capilarizando suas forças políticas.
Sobre a presença de Lula e Bolsonaro, Paranhos enfatizou que, em estados pequenos como Alagoas, o retorno político para lideranças nacionais é mínimo. Prevê que Lula evitará se envolver na disputa local, dada sua relação com Lira e Calheiros. Quanto a Bolsonaro, a decisão de JHC sobre tê-lo no palanque dependerá da leitura sobre o impacto proporcional do discurso bolsonarista na capital.
Paranhos abordou a ausência de nomes de oposição competitiva e mencionou possíveis “pré-candidatos”, destacando a força da máquina pública e recursos financeiros para gestão, fortalecendo a reeleição de JHC. Citou a CPI da Braskem como um ponto a se observar e alertou que escândalos de corrupção são fatores que podem impactar negativamente uma reeleição.
Na análise sobre o espectro ideológico, Paranhos explicou que, em disputas municipais, a personalização e serviços prestados têm mais peso que ideologia. Para a escolha do candidato a vice, afirmou que JHC tem a liberdade de escolher qualquer pessoa de sua confiança, dada a folga na disputa.
O cientista político concluiu destacando o papel de Arthur Lira como um player influente mesmo após o término do mandato como presidente da Câmara, exercendo poder estadual significativo devido às suas alianças no Centrão.
Fonte – Agora Alagoas
