Um levantamento feito pelo site Melhor Escola e noticiado pela Agência Brasil apontou que as mensalidades das escolas particulares terão aumento médio de 9% em 2024. As informações resultaram de um questionário respondido por 979 escolas de diversos estados do país.
O valor de 9% é uma média dos variados números informados pelas escolas. Algumas das participantes afirmaram que não vão alterar o valor da mensalidade e há instituições cujo reajuste chega a 35% do valor atual.
As escolas precisam explicar aos pais dos alunos os motivos de qualquer reajuste, apesar de não haver um aumento limite do valor da mensalidade. O aumento pode, por exemplo, ter sido necessário para custear melhorias no método didático-pedagógico.
Murillo Saes é diretor de gestão da Urmes, empresa de saúde e segurança escolar, e aponta outros motivos pelos quais as escolas podem justificar os aumentos para o próximo ano.
“Sabemos que as escolas e também outros serviços ainda pagam a conta da pandemia, com perda de alunos e aumento nos custos de diversos produtos”, diz. “Ainda consideramos que a recomposição salarial sempre solicitada por professores e colaboradores pesam nas contas das escolas na hora de fechar suas contas e fazer seus orçamentos e reajustes.”
Além de reajustes salariais de professores e investimentos no processo de ensino, podem influenciar no aumento da mensalidade o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). As escolas consideram todas essas variáveis em relação à expectativa de novas matrículas para calcular o valor final da mensalidade.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o fato de não existir, em lei, um limite para o aumento da mensalidade escolar não impede os pagantes de questionarem a mudança do valor. Se os pais considerarem o aumento abusivo, podem pedir à escola uma justificativa detalhada sobre o reajuste, e considerar essas informações na hora de fazer ou não a rematrícula.
“Na hora de fazer a rematrícula ou buscar outra escola, os pais consideram outros fatores além do simples custo”, pontua. “A estrutura física da escola, a segurança do ambiente, qual programa de saúde a escola oferece caso o aluno precise de atendimento durante o período na escola, são todos fatores que, apesar de influenciarem no valor da mensalidade, precisam ser considerados independentemente”, finaliza Saes.
Fonte – Extra