O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o ano com uma alta acumulada de 22,29%. O avanço representa o melhor resultado desde 2019, quando subiu 31,58%. O índice se manteve estável na sessão desta quinta-feira, 28, mas permaneceu acima dos 134 mil pontos.
O desempenho positivo no ano é resultado do rali provocado pelo alívio externo nos últimos dois meses, que impulsionou o fluxo de investimentos para a bolsa local e garantiu sucessivas máximas de fechamento. Em Nova York, os índices se aproximaram de patamares históricos.
Antes da mudança no debate sobre os juros básicos nos Estados Unidos no fim de outubro, o indicador acionário brasileiro havia acumulado apenas 2,55% de ganhos no ano. Nos últimos dois meses, no entanto, o Ibovespa disparou mais de 19%, nas esteira das revisões sobre os juros nos EUA e a expectativa de cortes por lá a partir de janeiro de 2024.
O dólar também observou uma dinâmica parecida e perdeu força contra o real a partir de meados de outubro. No ano, a moeda americana acumulou uma queda de cerca de 8,77%, o que representa a maior baixa anual desde 2016. Com o resultado, a divisa estrangeira voltou ao patamar pré-eleitoral para fechar 2023 cotada a R$ 4,86.
A redução dos juros futuros de médio e longo prazo, que caíram pelo menos 2,5 pontos percentuais em 2023, também tem impacto nessa tendência de queda do dólar. Essa redução está relacionada ao alívio da inflação e aos cortes na taxa Selic realizados pelo Banco Central.
As taxas com vencimento mais curtos sofreram uma correção ainda mais significativa e encerraram o ano com mais de 3 pontos percentuais de queda, após um início de 2023 conturbado. Em fevereiro, a precificação da Selic para o final do ciclo de cortes do Banco Central estava acima de 12% ao ano. Situação bem diferente da encontrada em dezembro com a curva futura flertando com uma taxa terminal abaixo de 9% ao ano.
Fonte – O Antagonista