Sem punição, prevalece o erro. E o acúmulo das distorções políticas está conduzindo Maceió ao caos econômico, social e habitacional. E não é por culpa da Braskem.
Diferente dos 100 municípios do Estado, Maceió tem sido, ao logo das eleições, resistente às tentativas de ocupação dos políticos dominantes. É uma terra sem dono (politicamente falando) e indevidamente ocupada na maioria das 74 grotas reconhecidas através do IBGE e ONU-Habitat. Dados oficiais, que constam na Prefeitura, também apontam que cerca de 80% dos imóveis da capital precisam ser regularizados.
Outro dado alarmante, que será apresentado em breve pela centenária Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp), revela que Maceió terá colapso habitacional em menos de 10 anos. Talvez por isso as construtoras estão adquirindo pequenos prédios para derrubá-los e construir torres enormes (já está acontecendo, inclusive na orla). Sem falar que o Plano Diretor da Capital está atrasado há 15 anos.
Em meio a tantas distorções e malversação do dinheiro público, Maceió tem passado por uma verdadeira transformação em ruas, grotas e avenidas. Pavimentaram tudo, mas a cidade também sofre – há décadas – com a ausência de saneamento e esgotamento sanitário. O retrato desse desprezo político e dos que se intitulam ambientalistas pode ser visto, todos os dias, nas inúmeras línguas sujas que desaguam na mais bela orla do país.
Percebe que Maceió é uma bomba-relógio e o Caso Braskem é só mais pólvora no mapa do caos?
O tema de hoje é Maceió (que não vai afundar). O paraíso das águas pede socorro (e não é apenas pelo que acontece com os cinco bairros evacuados).
A birra do momento é a divisão pelo dinheiro da BRK que, diga-se de passagem, é vandalizada injustamente, porque muita gente só vê a destruição em ruas, grotas e avenidas e cobra quando falta água. A BRK comprou o gato por lebre mais caro do país e está pagando um preço surreal.
Vamos em busca da verdade, antes que tirem Maceió até do mapa do turismo.
MORAL DA HISTÓRIA: “saneamento não dá voto, mas dá briga por dinheiro”.
Tem muita gente chorando sem saber da real gravidade do doente.
Fonte – Blog do Wadson Regis