O ex-governador Manoel Gomes de Barros concedeu entrevista à emissora de rádio local nesta terça-feira (19) e suas declarações levam a entender que não agradou ao político à sugestão do prefeito Kil Freitas ao então governador Renan Filho, na época, de construir o Hospital Regional da Mata em União dos Palmares.
Para Mano, como é conhecido, 10% ou 20% do valor do que se investiu no total do HRM – 100 MILHÕES o valor que ele cita – , já seria suficiente para reformar o São Vicente e o estado iria aproveitar o quadro de servidores da instituição filantrópica para evitar problemas com “funcionalismo”, como o mesmo falou na rádio.
O que o político mostra desconhecimento de imediato é com o valor real investidos no HRM pelo Tesouro Estadual, pouco mais de 32 milhões, três vezes menos, além do terreno concedido pelo município em tempo recorde ao estado para construção do aparelho público, atendendo todas as exigências necessárias.
Outro fato que Mano parece desconhecer ou ocultar é que o São Vicente continua com seu atendimento público funcionando na parte ambulatorial, com a oferta de exames de sangue, raio x, endoscopia, ecocardiograma, consulta com cardiologista e outras ofertas de serviços 100% SUS, através da contratualização com o município.
Ao se pronunciar contra a vinda de um aparelho como HRM, Mano é infeliz ao não levar em conta as milhares de vidas que já foram salvas por lá, principalmente na época da pandemia, e os inúmeros empregos gerados para União e região, direta e indiretamente.
Mano passou grande parte do tempo questionando o serviço de água e esgoto em União e a concessão para a Verde Alagoas, visto a estrutura precária da Estação de Tratamento que se encontrava o antigo SAAE, mas vem também o questionamento: afinal, o que fez durante sua passagem pela vida pública, com sua família ocupando as mais altas posições de poder e influência, enquanto governador, prefeito e o filho deputado ocupando cadeira na Assembleia, quais as contribuições que trouxe para melhorar a ETA e o abastecimento da cidade? Quais contribuições trouxe para melhorar os São Vicente?
Em seu mandato de 2008 – 2012, Kil deixou assegurado um recurso para duplicação da ETA, mas que a gestão seguinte, por descaso administrativo, acabou não garantindo que a prefeitura recebesse o dinheiro para promover as obras. Com a ETA defasada, visto o crescimento demográfico da cidade, a irresponsabilidade administrativa da gestão Beto Baía resultou em enorme prejuízo para a cidade e adiou mais alguns anos para os investimentos acontecerem, com isto, os custos milionário da duplicação ficaram mais altos ainda. Travando a luta para reconquistar esse recurso quando reassumiu a prefeitura em 2017, Kil encontrou na concessão com a Verde a oportunidade mais rápida da cidade receber essas melhorias na ETA e acabar com o sofrimento de falta d’água principalmente para comunidades que passavam 1 e até 2/3 semanas com abastecimento interrompido, já que a empresa tem um prazo legal para deixar União 100% em água e esgoto.
Fale bem ou fale mal, Kil tem serviços prestados à União em sua trajetória. Falta Mano apresentar os seus.
Texto – Léo Bastos
Fonte – Zona 10