O superintendente substituto da Agência Nacional de Mineração (AMN), Helder Pasti, informou que outras minas na região do Mutange estão fora da camada de sal-gema, indicando que podem estar em processo de desmoronamento, como o que foi registrado na mina 18.
O alerta foi feito em audiência pública, na Câmara dos Deputados, proposta pelo deputado Alfredo Gaspar (União), onde também foi revelado que a Braskem detectou afundamento do solo na região desde 2004.
Pasti revelou que, dos 35 poços de sal, 9 foram preenchidos, sendo que cinco de maneira artificial. Há uma possibilidade, considerada pelos técnicos, que as quatro restantes foram autopreenchidas. Não há confirmação porque as cavidades não foram localizadas, deixando as autoridades sem detalhes do que pode ter acontecido.
Doze minas, conforme a ANM, estariam pressurizadas, sinalizando que não é mais necessário o preenchimento com areia. As demais seguem em processo de preenchimento.
Na audiência foi revelado que, do total de minas abertas em Maceió pela Braskem, 31 delas teriam sido omitidas nas fiscalizações da ANM. A agência apontou falta de equipe técnica para aplicar multas e fiscalizações ambientais e transferiu a responsabilidade da liberação das licenças para o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA).
Informações repassadas pelo representante do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Leandro Galvanese Kuhlmann, indicaram que, entre 2004 e 2013, houve subsidência progressiva naquela área: entre 2004 e 2006, afundamento de 100 milímetros; de 2006 a 2010, mais 100 milímetros; e, em 2013, cerca de 400 milímetros, demonstrando que a atividade mineradora acelerou o problema.
Segundo o técnico, se fosse providenciado um estudo topográfico simples entre 2010 e 2012, quando as primeiras rachaduras em prédios e no solo foram percebidas por moradores (sem qualquer confirmação de que eram provocadas pela exploração de sal-gema, pela Braskem, poderia ter detectado o problema na zona de influência e evitado o desastre desta magnitude.
O representante da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, informou que a situação atual da mina 18 não é clara e carece de monitoramento urgente e contínuo para garantir a segurança. Ele alertou que as minas 20 e 21, por estarem próximas, no Mutange, precisam de acompanhamento 24 horas de sonares.
Fonte – GazetaWeb