A família da idosa Rejane Moura Miller, de 75 anos, denuncia que ela está há uma semana internada, após uma fratura no fêmur, e segue no aguardo de cirurgia, que tem sido adiada pelo Hapvida. De acordo com a filha da idosa, Virgínia Miller, o procedimento chegou a ser marcado, mas, após horas de espera, a cirurgia não aconteceu.
“A fratura foi detectada na tomografia, e o ortopedista esteve na terça-feira e disse que era caso cirúrgico. Foi pedido para fazer cirurgia com paciente idosa com comorbidades, sendo necessária avaliação cardiológica”, informou à Gazetaweb. Segundo ela, o cardiologista informou que o procedimento era arriscado, mas que a necessidade de expor a idosa ao risco ficava a cargo do ortopedista.
Ela declarou ainda que mandaram suspender o uso da aspirina prevent , utilizado por quem sofre com problemas cardíacos, mediante risco de hemorragia durante o procedimento. “Prepararam ela para cirurgia, é cardíaca e diabética, ficou sem comer, porque tinha que ter dieta zero para cirurgia, do domingo para segunda. Quatro horas da manhã chegou o pessoal da enfermagem para dar banho nela, e, por volta das 7h, o maqueiro a levou para o centro cirúrgico”, declara.
Mas às 17h o hospital comunicou que a cirurgia não seria feita e que explicou o motivo em seguida. No entanto, às 21h40, Virgínia informou que nenhum médico havia entrado em contato. “A direção médica e administrativa não veio, e nos mandaram ir atrás dos enfermeiros”.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB/AL) foi acionada para o caso e aguarda a formulação da denúncia. “Dependendo do que estiver na denúncia, poderemos agir junto à promotoria criminal do Ministério Público, em defesa da pessoa idosa, ir ao Conselho Regional de Medicina e, também, pedir a instauração do inquérito policial”, informa Gilberto Irineu, presidente da Comissão Especial do Idoso da OAB/AL.
Por meio de nota, o Hapvida afirmou que, desde a entrada na unidade, a paciente foi atendida e segue internada com assistência integral, além de lembrar que a mulher teve uma fratura no fêmur e, após avaliação médica, foi indicado um procedimento cirúrgico, que foi suspenso pela equipe médica.
“O tratamento segue avaliação clínica e conduta adequada. Vale ressaltar que ela é idosa e apresenta algumas outras comorbidades que podem agravar a saúde num procedimento cirúrgico. A operadora ressalta que em nenhum momento houve negativa de atendimento e que está empenhada na promoção da saúde e bem-estar da cliente”, diz a nota.
Plano de saúde já foi condenado por omissões
No último dia 24, em Ação Civil Pública (ACP), a Justiça Federal condenou o Hospital de Maceió e o plano de saúde Hapvida ao pagamento de multa no valor de R$ 100 mil por danos morais coletivos em virtude de omissões e falhas no atendimento oferecido aos clientes.
De acordo com a ação, o hospital e o plano de saúde vêm causando danos consideráveis aos seus usuários, sobretudo, por meio de condutas como negativa de exames e de procedimentos sem justificativa legal por escrito e encaminhamento de usuários para o Hospital Geral do Estado (HGE). Além disso, foram identificados casos de encaminhamento de usuários que necessitavam de procedimento cirúrgico e exames para as cidades do Recife ou Fortaleza e negativa de atendimento a pacientes em situação de urgência e emergência.
Fonte – GazetaWeb