Maceió enfrenta afundamentos, mas a Braskem segue com seus planos de explorar sal-gema em Alagoas. Reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta quinta-feira, 7, revela que a empresa possui sete autorizações da ANM para avaliar a extração do produto em Maceió, Paripueira e Barra de Santo Antônio.
Obtidas em junho de 2020 e válidas até setembro de 2024, as autorizações foram solicitadas em 2019, um ano após as primeiras rachaduras surgirem em Maceió, que registrou um tremor de terra em 2018.
Um cruzamento da Folha identificou residências e comércios em pelo menos um local pesquisado em Ipioca. Em Barra de Santo Antônio, a área pesquisada se aproxima de regiões residenciais.
A última movimentação da Braskem nos processos ocorreu em 31 de julho deste ano, quando a empresa alegou incapacidade de pagar a Taxa Anual por Hectare (TAH) devido a problemas no site da ANM.
Em nota, a Braskem afirmou ter autorizações fora de áreas urbanas, enquanto a ANM assegurou que todas foram expedidas de acordo com os requisitos legais.
A agência explicou ainda que no seu processo de análise “verifica a viabilidade técnica e econômica da lavra, cabendo ao órgão ambiental a avaliação dos impactos ambientais inerentes ao procedimento de licenciamento ambiental”.
As áreas pesquisadas pela Braskem são maiores do que as da lavra que levou ao afundamento em Maceió, que era de quase 1,9 mil hectares, o que equivale a quase 19 km².
Os pedidos somados atingem uma área de 13,7 mil hectares, ou 137 km², com uma média de quase 2 mil hectares por pedido (20 km²).
Fonte – Extra