O presidente do Senado em exercício, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), afirmou nesta segunda-feira, 4, que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Braskem “surgiu de maneira viciada”. O pedido de instalação do colegiado foi apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político de Cunha em Alagoas.
De acordo com Cunha, a intenção da CPI seria buscar respostas para os questionamentos acerca de quem teria deixado de fazer seu papel e, assim, contribuído para o possível desmoronamento do solo em Maceió. Entretanto, haveria um conflito de interesses entre “investigado e investigador”.
“Começam a gerar dúvidas de quem será o investigado e de quem será o investigador. A propositura, da forma em que foi colocada, surgiu de maneira viciada. Esse, acredito, é o motivo que os líderes não deram sequência”, apontou o senador.
Como noticiamos, a crise gerada pelo afundamento do solo em Maceió virou alvo de disputa entre diversos adversários políticos de Alagoas. O pedido de CPI da Braskem já foi lido em plenário, mas até o momento, apenas o MDB indicou o integrantes para a comissão.
Entre os pontos citados por Cunha, para justificar essa crítica, estão que o filho de Renan Calheiros, o ministro dos Transportes Renan Filho, era governador de Alagoas, quando licenças ambientais foram renovadas para a empresa, além de o próprio Renan ter presidido no passado uma empresa que fazia o mesmo tipo de exploração.
“Houve uma licença ambiental sendo renovada constantemente pelo estado de Alagoas e o governador, à época, era o Renan Filho, que é senador, hoje ministro do Transporte, e filho do Renan Calheiros, que é propositor desta ação”, alegou Cunha.
Cunha está como presidente em exercício do Senado por ocupar a segunda-vice presidente. O presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o vice, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), estão na Cúpula do Clima, nos Emirados Árabes em Dubai.
Fonte – O Antagonista