Faz quase uma semana que a cidade de Maceió está com as atenções voltadas para a mina 18, da Braskem, localizada no bairro do Mutange. Com a possiblidade de colapso e sem poder precisar a data e a magnitude do problema, o CadaMinuto acompanha o andamento dos trabalhos.
Confira abaixo os principais registros.
Água invade mina
Imagens divulgadas à imprensa, neste domingo (3), mostram que as fissuras no entorno da mina18, localizada no bairro do Mutange, em Maceió, apresentam fissuras mais densas e que o avanço delas fez com que a água já invadisse parte da superfície da mina.
Desacelerando
Em boletim divulgado na tarde do sábado, 02, a Defesa Civil de Maceió informou que o afundamento do solo da região do Mutange estava desacelerando. A velocidade de afundamento foi reduzida de cinco para 0,8 centímetros por hora.
Dos 12 DGPSs, aparelhos que medem o afundamento da mina, seis haviam chegado ao alerta máximo. Com a desaceleração, apenas um deles estava em sinal de alerta para um colapso da mina 18.
Alerta máximo
Um novo tremor de terra foi registrado na madrugada do sábado, 02, na área da mina 18, localizada no bairro do Mutange. Devido à movimentação do solo, a Defesa Civil de Maceió informou que seguia em Alerta Máximo.
A assessoria de Comunicação da pasta disse que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 foi de 1,56 cm e a velocidade vertical é de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 13cm nas últimas 24h.
O sismo registrado teve magnitude de 0,89 e aconteceu a cerca de 300 metros de profundidade.
Possibilidade de dolina
No início da noite da sexta-feira, 01, a Defesa Civil de Maceió registrou um evento sísmico com magnitude de 0,39Ml a 330m de profundidade, na mina 18, no entanto o deslocamento vertical acumulado de subsidência não descartou a possibilidade de um sinkhole (dolina).
Três sensores instalados na região do antigo campo do CSA, continuaram apresentando alertas de movimentação.
Decreto de situação de emergência
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) que está em Maceió acompanhando a situação do risco de colapso da Mina 18, reconheceu a situação de emergência na cidade de Maceió na noite da sexta-feira (01).
Segundo ministro Waldez Góes, o MIDR repassará recursos necessários para atendimento às áreas afetadas.
Paralisação de trens e VLTs
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Maceió suspendeu, temporariamente, a operação de trens e VLTs. A medida foi tomada após usuários realizarem manifestações contra a empresa Braskem.
A assessoria de Comunicação da CBTU informou que a medida foi tomada para “avaliar a segurança dos funcionários e usuários do sistema ferroviário”.
Marinha proíbe tráfego de embarcações
A Marinha do Brasil proibiu o tráfego de embarcações na Lagoa Mundaú, que banha a região do bairro do Mutange, devido ao risco de colapso das minas da Braskem.
De acordo com o comunicado feito pelo capitão Luciano da Silva Teixeira, a decisão foi tomada visando evitar maiores riscos durante o percurso no local, garantindo a “segurança da navegação e a salvaguarda da vida humana”.
Medo muda a rotina de moradores
O medo do colapso da mina 18 mudou a rotina dos moradores de diversos bairros de Maceió, inclusive daqueles que entraram no novo mapa de risco.
Motoristas de aplicativo relataram que evitam circular na área por medo do colapso, o que além de causar transtornos à população afeta as finanças dos mesmos.
Silêncio da Braskem
Alheia ao cenário tenso que se abate em Maceió, a cúpula da Braskem, se encontra na 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas – COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, integrando o Pavilhão Brasil, a convite do Governo Federal.
O evento tem como foco debater estratégias para conter o aquecimento global. Enquanto isso, longe do cenário de Dubai, em Maceió, dezenas de famílias foram retiradas sob a força policial por decisão judicial, estabelecimentos e vias foram fechados e novas localidades entraram no mapa de risco.