“Braskem criminosa”. “Maceió está afundando”. Mensagens como essas foram exibidas, na noite de sábado, 2, em edifícios de São Paulo, destacando o desastre ambiental causado pela mineradora. A situação na capital alagoana tem ganhado notoriedade tanto no Brasil quanto no cenário internacional.
O caso tornou-se conhecido após um terremoto sentido por residentes de alguns bairros de Maceió em março de 2018. No bairro Pinheiro, uma localidade tradicional da capital alagoana, além dos tremores, surgiram rachaduras em edificações, fissuras nas vias, afundamentos de solo e crateras que se abriram sem razão aparente.
Os moradores do bairro relataram que, após uma intensa tempestade em fevereiro do mesmo ano, os danos estruturais, que já eram frequentes, começaram a se agravar, culminando no terremoto sentido semanas depois. Naquele momento, surgiram especulações sobre a possibilidade de uma acomodação do solo e de que a antiga infraestrutura de esgotamento sanitário poderia ser a causa dos danos na superfície.
Ainda em 2018, foram observados danos semelhantes em imóveis e vias do bairro Mutange, localizado abaixo do Pinheiro e às margens da Lagoa Mundaú, assim como no bairro Bebedouro, vizinho aos outros dois. Em junho de 2019, moradores do bairro Bom Parto, vizinho ao Mutange e também às margens da lagoa, relataram danos significativos em suas propriedades.
Com o objetivo de compreender as razões por trás desse fenômeno, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) iniciou estudos no solo das áreas afetadas. Conforme as pesquisas avançavam, os cientistas constatavam a complexidade do caso, ao mesmo tempo em que descartavam a possibilidade de ser um fenômeno natural geológico. Foi confirmado que a extração de sal-gema realizada pela Braskem era a causa do afundamento dos bairros.
Atualmente, Maceió voltou a ganhar destaque nacional devido ao anúncio do possível desmoronamento da mina 18, no Mutange. Além dos tremores na capital, há a preocupação de que isso possa causar impactos na Lagoa Mundaú e resultar em mais desalojamentos.
Fonte – Extra