É inegável que o MDB do senador-enxadrista Renan Calheiros (MDB) tem se esforçado, como pode e com as peças que possui, para desgastar a imagem do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL).
Capitaneados pelo próprio Calheiros, os emedebistas opositores (pois existem aqueles que não o são), abriram artilharia pesada contra o chefe do Executivo municipal nos últimas dias.
Uma das principais pautas foi a compra milionária do Hospital da Cidade em que os discursos de ataque – dentro da Câmara Municipal de Maceió – foram encabeçadas pelo vereador Zé Márcio (MDB), o líder da oposição no “parlamento-mirim”. E isso deve ser levado em conta pela data do levantamento: entre 9 e 11 de novembro. Ou seja: depois da “zuada”.
Além dos nomes do MDB, outros adversários também entraram em cena: o PSB usou seu espaço de televisão e Joãozinho (PSD) – o nome mais consistente e sóbrio da oposição – fez o papel que vem desempenhando na Câmara de Maceió desde o início de seu mandato. Se tem alguém cuja a identidade de opositor independe das atuais circunstâncias, este alguém é Joãozinho.
Porém, levando-se em consideração o que mostram os números do Falpe (divulgados no dia de hoje pela jornalista Vanessa Alencar, em seu blog), os esforços hercúleos de Calheiros e do MDB parecem se assemelhar ao velho dito que frisa que “a montanha pariu um rato”.
Numa listagem estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores pesquisados), os pertencentes ao “ninho emedebista” não alcançam sequer dois dígitos. O MDB bate – e bate forte – em JHC, mas ou não colhe os frutos políticos de sua estratégia ou não possui para quem direcionar estes frutos. Reflexo de um arcaísmo político que não se renova, pois está submetido às sombras de um caudilho.
JHC lidera a corrida eleitoral – ainda segundo o Falpe – com 49,5%, mantendo o mesmo favoritismo que já apareceu em pesquisas anteriores. Para piorar, na segunda posição e terceira posição estão – respectivamente – os deputados federais Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil), com 14,5%; e Fábio Costa (Progressistas), com 7% das intenções de votos. O primeiro declarou – em entrevista a este blog – que não é candidato e que apoiará JHC. O segundo faz parte da base aliada do prefeito e, muito provavelmente, não entra nessa disputa.
Da oposição, o melhor posicionado segue sendo o ex-prefeito e atual secretário de Infraestrutura, Rui Palmeira (PSD), com 6%. Mas o MDB de Calheiros em Maceió fica ali próximo do risível quando é lembrada a força política de seu maior cacique. Doutor Wanderley – o nome prefeito do emedebista-mor do calheirismo – tem 3%. O deputado federal Rafael Brito fica com 0,5%, mesmo percentual da emedebista e vereadora por Maceió, Olívia Tenório, que está longe de ser uma opositora do prefeito. Ao contrário, tem espaços dentro da administração municipal.
Ao que tudo indica, Renan Calheiros virou – para JHC – o “meu malvado favorito”, com os minions do calheirismo permanecendo “minions”. O próximo palco da tentativa de desgastes impostos poderá ser a CPI da Braskem, mas Calheiros já até esperneou no Senado Federal sobre a dificuldade que tem encontrado para que sejam indicados os nomes desta Comissão.
E dizer isto, não significa dizer que a administração do instagramável e “descolado” JHC seja perfeita. Longe disso. O prefeito tem muito o que explicar, pois a sensação é de uma ausência de planejamento global com ações sendo tocadas ao sabor do marketing mais infantil e superficial, entre cliques e árvores de natais, enquanto se enfrenta dificuldades para colocar professores em escolas, dar agilidade ao chamado Pronto! da Saúde, dentre outras tantas questões, como as que virão caso o vereador Kelmann Vieira (Podemos) – por exemplo – tenha alguma razão ao indagar sobre “quem é Mário”; caso não tenha o tal Mário vai virar só uma rima numa piadinha de quinta série mesmo…
Todavia, JHC sabe se vender como um produto, bem como ser o produto que se vende.
Portanto, há sim problemas na gestão de JHC. E mesmo algumas críticas tendo motivações puramente políticas – dentro de um jogo eleitoral – não deixam de ter substâncias, mas…
Texto – Lula Villar
Fonte – Cada Minuto