A empresária Thereza Collor encontra-se no epicentro, como protagonista, de uma intriga dentro da família Lyra. Os seis irmãos, filhos do ex-senador, ex-deputado e o parlamentar mais rico do Congresso, o usineiro pernambucano João Lyra, estão envolvidos em uma acirrada disputa pela massa falida do Grupo Laginha Agropecuária S/A, em Alagoas, cujo espólio é estimado em cerca de R$ 4 bilhões.
Thereza decidiu desafiar as ações de sua irmã mais velha, Maria de Lourdes Lyra, apelidada de Lourdinha, ex-prefeita de Maceió, que, como administradora da massa falida, optou por parcerias que, na opinião de Thereza, são inadequadas e suspeitas. Lourdinha também teria agido de forma autoritária, sem transparência, tomando uma série de medidas que, segundo Thereza, prejudicam o patrimônio deixado pelo patriarca.
Embora essa contenda tenha se arrastado por quase uma década, a situação piorou em 2018, quando João Lyra, considerado incapaz, foi colocado sob interdição judicial. Três anos depois, em agosto de 2021, João Lyra faleceu aos 90 anos devido a complicações da Covid. Como filha mais velha, Lourdinha foi nomeada administradora do espólio, mas não prestou contas como solicitado pela família e começou a tomar decisões desfavoráveis à mãe, Solange Queiroz Ramiro da Costa, que é credora da massa falida em cerca de R$ 2,5 milhões.
Thereza e seus irmãos Antônio, Ricardo e Guilherme também se sentiram prejudicados. Thereza acusa sua irmã de colocar em risco o patrimônio da família. Em vez de lidar com as dívidas, que incluem uma dívida com a Receita Federal, e distribuir os ativos remanescentes da massa falida entre os herdeiros, Lourdinha optou por parcerias que prolongam desnecessariamente os problemas financeiros.
Thereza afirma: “Minha família está muito revoltada com o que está vendo e com o que está acontecendo. Tem muito interesse escuso. Ninguém quer salvar patrimônio ou gerar empregos no estado”. Os irmãos e a mãe acusam Lourdinha de se beneficiar dos recursos da massa falida e de permitir que o patrimônio escorra por meio de parcerias suspeitas, tanto na gestão da massa falida quanto na contratação de advogados a preços elevados, sem conhecimento jurídico ou empresarial.
O caso envolve o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, que atuou como coordenador jurídico da campanha de Lula em 2022. Thereza alega que ele não possui a especialização necessária em direito tributário e foi contratado a pedido do Administrador Judicial por uma quantia que pode chegar a cerca de R$ 200 milhões.
Eugênio Aragão defende seu papel afirmando que “é exagerado” o que se diz sobre seus honorários e que foi contratado pela Administração Judicial da massa falida para realizar um trabalho minucioso e sério, que será remunerado com base no sucesso na redução das dívidas tributárias. A Usina Guaxuma, situada em Coruripe (AL), avaliada em R$ 1,5 bilhão, com 18 mil hectares de extensão entre cinco municípios no litoral, a 70 quilômetros de Maceió, é o ponto focal da disputa judicial em torno do Grupo Laginha.
Fonte – Extra