Os desgastes políticos-eleitorais são públicos e contínuos no cenário alagoano. Os protagonistas neste contexto, atualmente, são os senadores Renan Calheiros (MDB) e Rodrigo Cunha (Podemos), que estão empenhados na troca mútua de críticas e ataques, seja em discursos no Senado, em agendas públicas, entrevistas e, claro, nas redes sociais.
Tanto Calheiros quanto Cunha são candidatos naturais à reeleição no Senado no pleito de 2026, mas pelo comportamento atual, ambos já estão em plena campanha para gerar derrotas, inicialmente, na eleição do próximo ano e que serve como parâmetro para a disputa geral.
Em Brasília, a mais recente divergência foi sobre a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Braskem e o crime que causou o afundamento dos bairros em Maceió. Proposta de Calheiros, a CPI foi instalada, segundo ele, contra a vontade de Cunha.
Em pronunciamento na sessão plenária do Senado, reproduzido no Instagram de Cunha, ele se defende contra-atacando. Além de garantir ser a favor de investigar a Braskem, ele acusa Renan de ser ex-presidente da empresa e questiona sua legitimidade para investigar. “Está aqui avaliando ou para apagar rastros?”. O adversário acusou Renan de ter sido indiciado pela polícia federal por conta de negociações com a Odebrecht (grupo do qual a Braskem pertence).
Não tinha nem um mês da última troca de farpas dos dois. No início de outubro, Renan usou seu perfil nas redes sociais para criticar o voto de Rodrigo em relação a um empréstimo solicitado pelo Governo do Estado. “Não é a primeira vez, mas infelizmente um senador de Alagoas vota contra o empréstimo de USS 40 milhões para o estado modernizar a gestão pública. Foi o voto solitário contrário a novos recursos para Alagoas. As vozes do atraso, mais uma vez, perderam”.
Cunha deu sua opinião na mesma rede dias antes, chamando o pedido de “tapa-buraco” nas contas da gestão. “Hoje o Governo de Alagoas pediu mais um empréstimo milionário. Desta vez, são mais de R$ 200 milhões. Fiz questão de registrar meu voto contrário a um empréstimo que não traz absolutamente nenhuma melhoria ao povo alagoano”.
Em entrevista à rádio CBN Maceió há duas semanas, Renan estava afiado. Reforçou que ele era contra a CPI da Braskem e insinuou que Cunha não se reelege e pode ser senador de um mandato só.
Fonte – Tribuna Hoje