A disputa de egos e poder entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB), pode estar chegando ao fim, ou pelo menos a um consenso. Porque, em jogo, está a sobrevivência de ambos na política e o interesse de eliminar um nome da terceira via, que cresça, apareça e chegue ao Senado daqui a três anos.
Isso significa dividir os mimos e privilégios do Palácio do Planalto, além dos cofres abarrotados de dinheiro, despejado em obras públicas. Além disso, a conclusão no entorno de ambos é que o cenário é propício ao surgimento de nomes da extrema direita e fora do raio de controle de Lira e Calheiros.
Nesta semana, no lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Maceió, um conjunto de situações chamou a atenção de lideranças que acompanharam a cerimônia:
● o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não apareceu. E apesar do Nordeste ter despejado a maior quantidade de votos em sua candidatura, Lula perdeu para Jair Bolsonaro (PL) em Maceió, única capital da região a dar vitória ao ex-presidente da República. Na semana passada, uma pesquisa do Genial/Quaest mostrou que a popularidade de Lula recuou no país, mas segue em alta no Nordeste;
● Renan Calheiros também não apareceu no lançamento do Novo PAC e o formato da distribuição dos cargos federais não agrada ao senador. Ele tem o Ministério dos Transportes “de porteira fechada”, como se diz em Brasília, mas as indicações dos cargos federais – aqueles com mais dinheiro e capilaridade – estão sob a batuta de Arthur Lira: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entregue à família Pereira; Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com os Garrote; Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) encabeçado por um primo de Lira, o Porto de Maceió, a Caixa Econômica Federal e a vice-presidência nos estados (a de Alagoas fica com Lira).
Porém, Renan Calheiros conseguiu que o PT cedesse e ajudasse na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem através do Senado Federal.
Fonte – Extra