Dezenas de pessoas que adquiriram placas para a produção de energia solar em diferentes empresas do Estado estão buscando seus direitos por se sentirem lesados pela Equatorial Energia.
Um desses consumidores é o aposentado Airton Venceslau dos Santos que, há dois meses, luta para ter instalada em sua residência as placas de energia solar, cujo investimento financeiro foi elevado e expectativa de economia na conta de luz está, por enquanto, frustrada.
Airton Venceslau contou que, pouco depois de ter adquirido as placas recebeu da empresa a seguinte explicação: “Protocolamos o projeto do senhor e ele foi aprovado, mas com uma condição: a do senhor instalar um transformador particular”.
Ao aposentado, a empresa que vendeu as placas alegou que a “Equatorial fez o estudo e disse que, ao ligar o sistema do senhor na rede da Equatorial, isso vai criar um fluxo reversa. E dentro das alternativas, a Equatorial está querendo obrigar o senhor a instalar um transformador próprio. Estou passando essa informação para deixar ciente o senhor que vamos entrar com recurso para que o projeto do senhor seja ligado sem necessidade de instalar um transformador. Isso pode levar a uma demora na ligação do sistema do senhor”.
A explicação estava em uma das satisfações apresentadas pela empresa ao consumidor, diante da insistência do mesmo em saber o porquê na demora da instalação das placas. O aposentado mora em um condomínio no bairro da Serraria. E a exemplo dos vizinhos investiu parte da economia na aquisição das placas de energia solar, na esperança de gastar menos na conta mensal de energia elétrica.
A empresa vendedora das placas informou ainda que a alegação da Equatorial é que tem muito sistema instalado no condomínio do aposentado e a empresa de energia elétrica não consegue mais absorver essa geração.
A advogada Raquel Rocha, que representa os interesses de algumas empresas que comercializam as placas de energia solar, explicou que há alguns meses as distribuidoras de energia passaram a utilizar, segundo ela, um artigo regulatório criando dificuldades para o acesso do consumidor na rede de distribuição de energia para poder gerar sua própria energia.
“No entendimento do setor, as distribuidoras têm feito interpretação do regulamento desfavoráveis ao consumidor sem necessidade”, detalhou.
Essa não é uma situação exclusiva de um cliente ou de uma empresa de energia solar. A inversão de fluxo (ou fluxo reverso no art. 73) está prejudicando todo a cadeia do setor de energia distribuída.
“O consumidor fica prejudicado no acesso, a empresa de energia solar deixa de vender. Já recebi relatos de várias empresas que o consumidor desistiu da compra”, frisou.
A Equatorial, por meio de nota, a Equatorial Alagoas esclareceu que em relação aos atendimentos ao processo de conexão e Geração Distribuída, a empresa segue as diretrizes do setor elétrico estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ressalta ainda, que em caso de dúvidas ou mais informações os clientes e empresas especializadas podem entrar em contato com a Distribuidora pelo Call Center exclusivo que atende pelo número 0800 082 2800, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Fonte: Tribuna Hoje