A mastologista Cláudia Leão orienta mulheres sobre cuidado, prevenção e tratamento contra o câncer de mama e ressalta que “existe vida após o câncer de mama”. Ela salienta que uma mulher que vive essa doença não deve se sentir sozinha e que “juntos somos mais fortes”.
Cláudia explica que a partir dos 18 anos toda mulher já deve pensar em ser acompanhada por um especialista em mama. Segundo ela, “o maior fator de risco para o câncer de mama é ser mulher”. Ela explica que existe uma incidência em homens, porém a estatística é maior em mulheres e por isso, é necessário pensar nisso desde cedo.
“Alguns ginecologistas priorizam o exame mamário, porém outros não. Por isso, eu indico que faça a consulta com o mastologista, porque além do exame clínico complementar da mama, também será realizado o exame físico”, explica.
A médica aponta que cerca de 95% dos casos de câncer de mama são esporádicos, e apenas 5% são por fatores hereditários: “Quanto mais cedo você cuidar da saúde das suas mamas, mais aumenta o diagnóstico precoce e quanto mais precoce, maior a chance de cura”, pontua.
Mamografia como padrão ouro
A mastologista ressalta que atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza a mamografia de rastreamento para qualquer mulher, com sintomas ou não, a partir dos 40 anos de idade.
“Existem programas sociais que levam o carro da mamografia para a população com dificuldade de acesso. Com isso, conseguimos chegar a uma parcela maior da sociedade, levando não só os exames, mas também informações que salvam vidas”, disse a médica.
Ela explica que a mamografia é considerada o padrão ouro do diagnóstico de câncer de mama no mundo, porque algumas microcalcificações não são vistas em exames como ultrassom e ressonância magnética.
Tratamento
Atualmente, o tratamento de câncer de mama inclui a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia e a hormonioterapia. Ela fala que “antigamente, quando se descobria um câncer mamário a paciente ia logo para quimio, radio e cirurgia, e muitas vezes não melhorava”.
Segundo ela, para cada paciente é feito um painel chamado imuno-histoquímica, para direcionar o tipo de câncer e qual o tratamento adequado para cada paciente.
“Tem pacientes que vão fazer só a cirurgia e se curar. Já outras, farão a cirurgia e precisarão fazer quimioterapia adjuvante. Ou seja, cada paciente vai ter um tratamento individualizado, o que aumenta muito as chances de cura”, ressalta.
Além disso, a médica também pontua que para aquelas mulheres que precisam fazer a mastectomia total da mama, já existe a oncoplástica, através de técnicas que possibilitam a reconstrução mamária no mesmo ato da mastectomia.
“Um grande avanço, que preserva a feminilidade e sensualidade da mulher, que muitas vezes, após um tratamento de câncer e principalmente após a retirada da mama, perde um pouco do seu feminino. Assim, conseguimos juntar o oncológico com o estético para casos possíveis de serem realizados”, comemora a médica.
Prevenção
Cláudia Leão enfatiza que mulheres que mantêm hábitos saudáveis podem reduzir a incidência de câncer de mama em 17%. Segundo ela, manter um peso adequado e estável, praticar atividade física e não consumir bebidas alcoólicas em excesso pode reduzir os riscos de câncer.
“Existe vida após o câncer de mama”
Cláudia Leão ressalta que “existe vida após o câncer de mama” e finalizou, emocionada, compartilhando um depoimento de uma paciente que após anos de luta, ressignificou sua vida e sua caminhada.
“Há cinco anos, o Outubro Rosa por aqui ficou ainda mais rosa. Ressignificamos o nosso caminhar, fortalecemos a nossa fé, mudamos as nossas prioridades, descobrimos que há vida após o tratamento de câncer. Por aqui, teve retorno ao trabalho, defesa do mestrado e nascimento do nosso Pedro. Somos o maior número de sobreviventes dos últimos tempos e essa estatística será bem ascendente. Gratidão pela vida”, citou.
Com essa citação, a mastologista resume o papel do Outubro Rosa 2023: “juntos nós conseguimos acolher, dar esperança, inspirar e levar luz mesmo dentro da escuridão”, finaliza.
Fonte – AL1