O MDB vai pedir ao Ministério Público de Alagoas (MP-AL) que investigue a compra do Hospital do Coração pela prefeitura de Maceió. O EXTRA teve acesso a uma prévia do ofício que será endereçado ao procurador-geral de justiça.
O anúncio da compra, no valor de R$ 266 milhões, foi feito no dia 29 de setembro. Segundo a prefeitura, o Hospital da Cidade, como deve ser chamado, será inaugurado no primeiro trimestre de 2024.
O pedido de investigação aponta que o negócio feito pela prefeitura de Maceió se tratou de uma desapropriação (que se refere a apenas ao imóvel, e não ao empreendimento como um todo, o que envolveria equipamentos e a própria empresa).
O ofício destaca que a operação tem indícios de irregularidades, por exemplo: não foi esclarecido o motivo pelo qual aquele imóvel foi escolhido, nem por que não foi realizada uma licitação ou processo de compra e venda. Segundo o documento, a prefeitura apenas se limitou a justificar que seria uma desapropriação, mas sem mencionar a motivação para isso, nem esclarecer se também está incluído todos os bens móveis e equipamentos dentro do imóvel.
O documento menciona ainda falta de transparência e pressa para o pagamento, não tendo sido esclarecido como se chegou ao valor de R$ 266 milhões. O texto menciona ainda que há indícios de irregularidades no fato de que o negócio foi feito com recursos gerados com a negociação entre a prefeitura de Máceió e a Braskem.
Em nota, a prefeitura de Maceió informou que “lamenta e estranha a atitude da oposição” e que a negociação aconteceu seguindo toda a legislação. Leia na íntegra:
A prefeitura de Maceió lamenta e estranha a atitude da oposição, que se posiciona contra a entrega do primeiro hospital público da história da cidade. A oposição é que precisa explicar à população o que está por trás de toda esta raivosa movimentação. A negociação aconteceu seguindo toda a legislação e vai garantir à população de Maceió o melhor e mais moderno complexo médico do Nordeste, com atendimento em alta complexidade, com especialidades como nefrologia, neurologia, cardiologia, cardiopediatria, cirurgia geral, terapia intensiva, ultrassonografia, gastroenterologia, oncologia, pediatria, obstetrícia, neuropediatria, além do que há de melhor em equipamentos e a assistência da equipe da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, a maior referência em medicina da América Latina. Ao que parece, para a oposição, a população mais pobre não tem o direito a pisar num hospital da melhor qualidade. Para a prefeitura, o povo merece o que há de melhor.
Fonte: O Jornal Extra